Foto: William Matos
Desde que a Operação Carne Fraca foi deflagrada, na última sexta-feira (17) a população está mais receosa na hora de adquirir o alimento, que serve de mistura nas refeições. Para saber como estão as vendas nos últimos dias o Circuito Mato Grosso realizou uma pesquisa com proprietários de Casa de Carnes na Capital e consumidores.
Em meio às notícias vinculadas na mídia, à aposentada Rosa Soares disse não poder deixar de comprar a carne. “Nós temos esse hábito. A carne tem que estar presente em nossa alimentação. Apesar de tudo que escutei e estar bastante receosa, não da pra ficar sem comer. Só o arroz e o feijão não dá”.
A moradora do bairro Grande Terceiro, na Capital, contou que procura comprar na casa de carne próxima a sua casa. “Continuarei a comprar aqui aonde já venho há anos e nunca tive problema. Sei da qualidade presada por eles e basta a nós confiar, né?”, acrescentou.
Rosa é cliente do seu Gonçalo Fernando de Siqueira, proprietário da Casa de Carne Gonçalo, já há treze anos no mercado. Desde sexta-feira que ele vem ouvindo piadinhas dos fregueses, principalmente em relação à carne da marca Friboi, que ele garante não trabalhar com ela.
“Eu peguei uma vez para nunca mais. O sistema de trabalho deles é diferente, então não deu pra mim”, explicou. Ele fornece carnes para diferentes restaurantes e preza pela qualidade dos produtos que vende.
Uma dica do açougueiro é quanto às carnes á vácuo, que devem ser verificadas antes de adquiridas. “Tem que ver a data de validade, se está muito barata é preciso ficar atento aos prazos. Às vezes a carne esta ali no balcão há muito tempo, então acaba congelando e descongelando ai na hora que você vai abrir a embalagem vem aquele cheiro ruim, de carne estragada”.
As vendas do final de semana registraram queda de 35% no açougue do Jeferson Figueiredo. Localizado na Avenida Miguel Sutil, o BeloBelf Casa de Carne recebeu menos clientes após anuncio da Operação.
“Carnes nobres usadas para o churrasco do final de semana quase não teve saída. Foram às mostradas né nas reportagens da TV, e nesse período de quaresma as vendas já diminuem, mas senti que o movimento caiu bastante”, contou Jeferson.
Trabalhando apenas com carnes frescas, ele explica que a expectativa apesar do cenário atual é que as vendas aumentem. Isso porque com os países deixando de importar, o preço para os fornecedores aqui diminuiu e a oferta cresce.
Felisberto Maiari, garantiu a carne para o almoço da família, mesmo que com medo. “Não tem como você não ficar preocupado, com medo, do que você está comendo. Mas é impossível pra nós ficarmos sem o alimento”, contou.
Após o anúncio da Operação, ele afirma que ficou receoso quanto alimentos como o presunto, salsicha, hambúrguer, usados para lanches. A apreensão, porém não dura muito, já que ele afirma que não irá deixar de consumir. “Não dá né? Apesar de tudo que escutamos por ai”.