Foto Ahmad Jarrah
O presidente regional do PMDB, deputado federal Carlos Bezerra, reclamou da forma como a Operação Carne Fraca, deflagrada na última sexta-feira (17), foi divulgada pela Polícia Federal. De acordo com as investigações policiais, o esquema de propina em frigoríficos investigados poderia ter auxiliado a campanha política de alguns partidos, como o próprio PMDB e o PP.
No entanto, a PF não detalhou nomes, o que para Bezerra acaba prejudicando a imagem da sigla partidária como um todo. De acordo com o deputado, crimes de propina podem ser cometidos por qualquer pessoa, por isso, a PF não poderia um partido “genericamente”.
“Se citou o partido, tem que citar quem do partido [se beneficiou]. Porque o partido é uma instituição que está fora disso. Pessoas do partido podem cometer erro, isso em qualquer partido e em qualquer lugar cometem erros e falhas”, disse o deputado na manhã desta terça-feira (21) à Rádio Capital FM.
Assim que foi deflagrada a operação Carne Fraca, o superintendente regional da Polícia Federal, Maurício Moscardi Grillo, disse que as empresas de agronegócio investigadas na operação usariam o dinheiro para financiar campanha política.
Parte da propina paga pelas empresas para o Ministério da Agricultura para fazer “vista grossa” às irregularidades dos produtos era revertida para os partidos políticos como o Partido Progressista e o PMDB.
Operação e Michel Temer
Para o peemedebista, a Polícia Federal “exagerou na dose” ao deflagrar a operação Carne Fraca. “Não que ela não deveria ser feita […] Mas não precisava fazer esse barulho todo. Isso deveria ser feito de modo silencioso, meio secreto, para não prejudicar o consumo de carne no Brasil e fora”, diz.
Para tentar minimizar os efeitos negativos da Operação, o presidente Michel Temer (PMDB) jantou neste domingo (19) com ministros, embaixadores e representantes de 27 países.
Para Carlos Bezerra, a iniciativa foi louvável. “O presidente da república foi muito competente ao agir em uma reunião no Palácio [do Planalto] e depois, jantando com os embaixadores em uma churrascaria em Brasília. Essa iniciativa tranquilizou não só o mercado internacional, como também o mercado interno”, ressalta.
O que o deputado federal esqueceu é que depois de uma matéria publicada pelo Estadão, o grande público criticou em massa o jantar. Isso porque, a carne bovina servida na churrascaria não era brasileira e sim importada.
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