Parceria entre Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná foi oficializada nesta segunda-feira (20) para fiscalização e monitoramento de quase três mil quilômetros de fronteira do território brasileiro com Bolívia, Paraguai e Argentina. Os Estados vão compor um sistema integrado de segurança na Fronteira por de um Termo de Cooperação Mútua. Juntos os três Estados dividem somam 2.894 quilômetros de fronteira seca com os países vizinhos sul-americanos.
A negociação para compor o sistema começou a ser costurada em janeiro deste ano em reunião de secretários de segurança pública. À época, um termo de cooperação foi assinado para que as informações das inteligências policiais pudessem acessar o banco de dados uns dos outros.
Em fevereiro, as equipes técnicas de segurança de Mato Grosso do Sul e do Paraná estiveram em Cuiabá, quando conheceram o banco de dados já implantado em Mato Grosso. Com a instalação da plataforma, informações sobre crimes ocorridos em um dos Estados, serão acessadas pelos demais.
“Essa interação entre as agências de inteligência dos Estados é pioneira no país. Precisamos de um crescimento do diálogo a nível estratégico e que os sistemas conversem entre si, independentemente de quem está no cargo de governador ou secretário. Mais do que discursos, precisamos de recursos, para isso, a União precisa estar neste diálogo e aproximar a relação com os Estados e países vizinhos”, disse o secretário Roger Jarbas.
Segundo ele, os investimentos no núcleo de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança Pública aumentaram de R$ 127 mil, em 2014, para R$ 13 milhões em 2016. Estes recursos resultaram em índices cada vez mais baixos da criminalidade por todo o Estado. Exemplo disso são os casos de homicídio, reduzidos em 34% neste período, e também a redução em 21% nos casos de roubos e furtos.
Para o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, os investimentos nos núcleos de inteligência são o futuro para a efetividade das ações de segurança. “Com essa integração, estamos avançando em uma tela de segurança que vai abranger os três estados. Trata-se de eficiência e interlocução, em busca de maior resultado e efetividade. Trabalhando juntos, os estados ganham, mas quem ganha, principalmente, é a população”.
O superintendente de Inteligência do Paraná, Francisco Caricatti, representando o governador Beto Richa, disse que a União também deve fazer parte do pacto. “Os Estados estão se unindo em busca de ações efetivas, mas precisamos de recursos da União, que é a principal responsável pela fronteira com os países vizinhos. Estamos buscando esse diálogo e nos aproximando para garantir que a fronteira seja um lugar digno de se viver”.
O governador Pedro Taques ressaltou a importância da interação entre os estados, pois, segundo ele, a segurança não tem fronteiras. “No crime não existem fronteiras, portanto, na segurança também não. O criminoso não se importa em que Estado ele poderá ser preso, da mesma forma que a população quer paz, sem importância que Estado possa garantir isso”.