A promotora de Justiça Ana Cristina Bardusco, da 14ª Promotoria Criminal Especializada na defesa da Administração Pública e Ordem Tributária, pediu a rejeição da denúncia feita contra o braço direito do ex-secretário Pedro Nadaf na Federação do Comércio de Mato Grosso, Karla Cecília Cintra.
A denúncia contra Karla Cintra e outras 16 pessoas foi oferecida a juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, no dia 13 de março e é referente a 5ª fase da Operação Sodoma, deflagrada em fevereiro pela Delegacia Fazendária.
No pedido feito nesta quinta-feira (16), a promotora de Justiça apontou erro ao denunciar Karla Cintra, que já é ré em outras duas ações derivadas da Sodoma. De acordo com o documento, ela não poderia ser denunciada, pois, além de ter tido envolvimento do caso investigado na denúncia, a ex-secretária de Nadaf também frimou um acordo de delação premiada com o MPE.
Citada na quarta fase da Sodoma, Karla Cecília teve o acordo de delação premiada celebrado com o MPE-MT no último dia 15 de fevereiro, tendo sido homologado no dia 23 de janeiro.
Bardusco retificou que, por não haver justa causa para a instalação de ação penal, fosse retirado o nome da ex-assessora de Nadaf da denúncia.
“Não restou comprovado, até a presente data, a atuação ostensiva De Karla Cecília de Oliveira Cintra na realização das condutas típicas afetas aos crimes de concussão, corrupção passiva, fraudes a licitação e peculato, delitos apurados nesta investigação, razão pela qual não há justa causa para o exercício da ação penal”, disse Ana Cristina na petição.
Promotora reforçou pedido de denúncia a outros acusados
Ao pedir a retirada do nome de Karla Cecília Cintra da denúncia, a promotora de Justiça reforçou o recebimento da denúncia contra Silval da Cunha Barbosa, Pedro Jamil Nadaf, Marcel Souza de Cursi, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, Sílvio Cezar Correa Araújo, José de Jesus Nunes Cordeiro, César Roberto Zílio, Pedro Elias Domingos de Mello, Arnaldo Alves de Souza Neto, Rodrigo da Cunha Barbosa, Francisco Anis Faiad, Valdísio Juliano Viriato, Juliano Cezar Volpato, Edézio Corrêa, Alaor Zeferino Alvelos de Paula e Diego Pereira Marconi.
Colaboradores da Operação Sodoma
Com a mais nova integrante dos delatores da Operação Sodoma, foi solicitado para que os Termos de Colaboração Premiada fossem anexados aos demais processos.
Entre os colaboradores estão Karla Cecília de Oliveira Cintra, Pedro Elias Domingos de Mello, César Roberto Zílio, Juliano Cezar Volpato, Edézio Corrêa, Alaor Alvelos Zeferino de Paula e Diego Pereira Marconi.
A Sodoma
A 1ª fase da Operação Sodoma 1, deflagrada em setembro de 2015, apura suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, por meio da concessão de incentivos fiscais, pelo Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic). Tais fatos teriam ocorrido entre os anos de 2013 e 2014.
A 2ª fase da operação investiga o mesmo grupo criminoso que teria fraudade a compra de um terreno na Avenida Beira Rio, em Cuiabá, avaliado em R$ 13 milhões. O imóvel teria sido adquirido com dinheiro de propina arrecada de empresários que tinham contrato de prestação de serviços com o Governo do Estado.
A 3ª fase da Sodoma aprofundou na investigação do suposto esquema em que agentes públicos recebiam propina de empresários para, em troca, manter ou conseguir contratos com o Executivo estadual.
A Sodoma 4 revelou irregularidades na desapropriação de um terreno no Bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá. Dos R$ 31,7 milhões arcados pelo Estado, metade deste valor teria sido desviado.
A 5ª e mais recente fase da operação investiga suposto desvio de R$ 8,1 milhões dos cofres do Estado, por meio da exigência de propina aos sócios do Auto Posto Marmeleiro e da Saga Comércio e Serviço de Tecnologia e Informática Ltda, Juliano Volpato e Edézio Corrêa, em troca da concessão de contratos e de compras fraudulentas de combustível.
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