A Polícia Judiciária Civil prendeu, neste sábado (04), três dos autores da morte do sargento aposentado da Polícia Militar, Carlos Venero da Silva, no dia 28 de fevereiro. Dois dos presos, Lenilson Ferreira de Campos, 22, e Odenir Araújo de Almeida, 44 anos, são apontados como mandantes do crime, e Anderson Henrique de Pinho, 25 anos, como um dos executores, juntamente com Wellington Marques Leite, que está foragido.
As prisões foram efetuadas pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Várzea Grande (DERF-VG), em cumprimento de mandados de prisão preventiva. Todos irão responder por roubo seguido de morte (latrocínio).
Os mandantes, Lenilson e Odenir, fazem uso de tornozeleiras eletrônicas e já tinham sido conduzidos pela Polícia Militar logo após o crime. Foram eles que levaram de carro os comparsas até o local para praticar o assalto. No entanto, por serem monitorados, ficaram rodando com o veículo para despistar a coleta de provas da Polícia, na investigação, conforme já havia informado a delegada, Ana Cristina Feldner, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP).
Durante a investigação preliminar, ambos não foram reconhecidos pelas testemunhas e também a trajetória do monitoramento eletrônico das tornozeleiras era incompatível com a suspeita de executores, em razão de não terem parado no local do crime. "Talvez, no decorrer da investigação possa ser demonstrada a coautoria dos mesmos na modalidade de partícipe", disse Feldner, em seu despacho, explicando os motivos por não mantê-los presos em flagrante.
"Alem de serem os mandantes ficaram responsáveis pelo suporte logístico, de levar e pegar os comparsas. Para isso usaram o carro do Wellington, que era dirigido por Lenilson. Eles tentaram driblar o monitoramento permanecendo com o veículo em movimento", afirmou a delegada da Derf, Elaine Fernandes.
Em interrogatório, o suspeito Anderson Henrique Pinho disse que já foi preso por tráfico de drogas e que não ficou muito tempo na cadeia. Ele confessou ter vínculo com Wellington Marques, sendo conhecidos do bairro São Matheus, em Várzea Grande. Disse ainda que fazem "paradas juntos, para fazer um vale", jargão que significa praticar roubos.
Também confirmou conhecer, do mesmo bairro, Lenilson Ferreira de Campos e Odenir Araújo de Almeida, justificando que Lenilson é primo de Wellington.
Ao ser questionado sobre o latrocínio do policial militar, ocorrido no dia 28 de fevereiro, por volta das 17h50, na sorveteria Planeta do Sorvete, no bairro São Matheus, contou que a ideia de fazer o assalto foi do Lenilson. Ele quem teria planejado junto com o primo, Wellington, como seria o roubo. "O combinado era fazer um 'vale' na sorveteira e de quebra levar a caminhonete", revelou no interrogatório.
A caminhonete era do policial e estava estacionada na frente do estabelecimento. Mas os criminosos pensavam que o veículo era do dono da sorveteria.
No dia crime, os quatro criminosos marcaram de se encontrarem, próximo a Madeireira Nortão, local em que Lenilson iria passar as coordenadas de como seria executado o roubo. Os suspeitos, Lenilson, Wellington e Odenir, estavam em um Pálio preto, que era dirigido por Lenilson.
Lenilson instruiu Anderson e Wellington irem com o "ferro", referindo-se a arma de fogo, anunciarem o assalto e ainda levarem o veículo.
Os quatro foram todos no veículo, passaram em frente à sorveteria, viram a caminhonete estacionada, e pouco mais à frente, na rua de um supermercado, o carro parou atrás de uma escola, onde desceram Anderson e Wellington, permanecendo os outros dois no apoio para a fuga, dando voltas com o Pálio.
Wellington, Armado com um revólver calibre 38, e Anderson chegaram na sorveteria e deram de frente com um homem e uma mulher. O homem, que era o policial militar, flagrou que se tratava de um assalto e logo sacou a arma que portava. Na sequencia, Wellington atirou no policial e ambos saíram correndo, sem levar nada do estabelecimento, nem dinheiro e muito menos o veículo.
Os dois contaram que correram e se esconderam no mato. Eles ligaram para Lenilson ir buscá-los, indo para a casa de Lenilson, no bairro Paiaguás. A casa fica em frente à residência de Odenir. O suspeito, Anderson, disse que ficou uns 30 minutos no local e depois pegou um mototáxi para o bairro Pascoal Ramos, em Cuiabá, permanecendo escondido na casa da sogra até a manhã deste sábado, quando foi preso.
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