O ministro da Agricultura, Blairo Maggi disse que a rejeição de brasileiros ao governo Michel Temer é parte de “ressentimento” por o presidente não ter sido eleito como cabeça de chapa, em 2014, quando Temer disputou cargo ao lado da presidente do impeachment. A declaração foi feita em entrevista às Páginas Amarelas da revista Veja, que circula nesta semana.
Maggi afirmou que o turbilhão de polêmicas que envolveu o processo de cassação do mandato de Dilma Rousseff gerou a impopularidade de Temer.
“Temos um governo legítima, mas que não veio pelo voto popular, e vejo que existe ressentimento em certos setores. Mas temos dois anos pela frente para realizar as reformas que o país precisa. A sociedade está entendo que as mudanças profundas são necessárias e que elas podem se implementadas. O governo Temer conseguiu aprovar praticamente todas medidas encaminhadas ao congresso, mas ainda é impopular na sociedade. Na minha avaliação, se conseguirmos aprovar as mudanças na Previdências e em outros setores vitais, termos chance de entrar para a história como um governo reformista”.
Quanto à sua posição dentro do governo, Maggi afirmou que a nomeação para o Mapa (Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento) teve critério técnico, apesar de ter se filiado ao PP, partido apontado como célula central do esquema do Petrolão, para conseguir integrar ao alto escalão do governo federal.
“Entrei para o partido para cumprir meu papel no Ministério da Agricultura. Quando me filiei, os fatos que pesam hoje contra o PP já estavam apresentados e eu sabia de todos eles. Quando entrei para o Ministério, deixei uma coisa bem clara para o presidente e o partido que me indicou. Se vocês querem um ministro para ajudar o partido a fazer negócios, não me leve para lá. Posso ajudar o partido politicamente a partir do trabalho eficiente e dedicado que farei no ministério. Agora, se for por outro caminhão, não vou aceitar. O PP entendeu”.
Processos na Justiça
Blairo Maggi também foi questionado sobre investigação que enfrenta no âmbito da Justiça estadual e a implicação de seu nome em esquemas de corrupção nos quais seu sucessor e indicado político, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
“Passei oito anos no governo de Mato Grosso e reconhecidamente alguns problemas ocorreram nesse período. Não diretamente no governo, mas paralelo ao governo, na área política. Há várias operações policiais e investigações no Estado sobre o período em que fui governador e o período seguinte. Estou acompanhando com tranquilidade esse processo”.
Um dos últimos casos a ter repercussão contra o ministro é o processo de compra de cadeira no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Conforme a Justiça Estadual, Blairo Maggi teria feito negociação direta com conselheiro para assegurar cadeira no tribunal a seu indicado.
O mesmo processo levou ao afastamento do conselheiro Sérgio Ricardo de seu cargo, também por investigação de compra de cadeira no TCE.