Quase um mês após o início do ano letivo na rede municipal de educação em Cuiabá, cerca de 77 crianças especiais ainda estão fora da sala de aula. De acordo com a secretária muncipal de Educação, Mabel Strobel, elas estão em processo de matrícula e precisam ser avaliadas para identificar se há ou não a necessidade de acompanhamento de uma Cuidadora de Aluno Especial (CAD), durante as atividades escolares.
Até na semana passada, 150 alunos aguardavam a avaliação. Mas, após mobilização dos pais membros da Associação Amigos dos Autistas de Cuiabá (AMA), a secretaria contratou 75 CADs.
De acordo com Mabel, a demora se deu por conta da falta do banco de dados sobre as CADs na SME. Ela garantiu que em 15 dias a situação já estará solucionada.
“Fizemos uma força-tarefa na Secretaria para fazer o referendo das CADs e começar a encaminhar para as escolas. Então, na verdade, os alunos especiais começaram as aulas dia 8 de fevereiro”, disse Mabel, em entrevista a Radio Capital FM, na manhã desta sexta-feira (3).
Strobel disse ainda que as matrículas das crianças especiais não foram encerradas e que isso impediu a Secretaria de realizar um planejamento. Conforme a secretária, o objetivo é deixar um banco de dados organizado, de maneira que nos próximos anos não seja preciso refazer todo o processo.
A secretária ainda ressaltou que o transporte destas crianças também está sendo regularizado.
“Jamais poderíamos colocar os ônibus para transportar alunos especiais sem passar por uma vistoria. Nós também não encontramos um banco de dados das CADs. Tudo teve que ser feito”, disse Strobel.
Aumento da demanda
Sobre as matrículas, ela disse que estuda fazer um planejamento, juntamente com o Ministério Público Estadual (MPE) para estabelecer uma data limite. Além disso, ela pretende estudar o impacto financeiro nas contas municipais, já que a demanda estaria aumentando significativamente.
Segundo a secretária, o estudo é necessário para dizer até quando e quanto a Prefeitura terá que "prosseguir com o recebimento dos alunos da Educação Especial”, afirmou.
Mabel atribuiu o aumento da demanda a crise econômica, afirmando que muitos pais tiraram os filhos de escolas particulares para colocar na rede publica.