Quatro suspeitos de terem participado do assassinato do sargento aposentado da Polícia Militar, Carlos Venero da Silva, foram liberados, no início da noite desta quarta-feira (1). Segundo a delegada que conduzia o inquérito, Ana Cristina Feldner, as investigações ainda podem apontar a co-autoria, mas que não há convencimento de que eles sejam os executores.
As investigações foram transferidas para a Delegacia de Roubos e Furtos de Várzea Grande (Derf/VG), por entendimento de que o crime se trata de latrocínio (roubo seguido de morte). Um novo delegado deverá ser designado para continuar as investigações ainda na manhã desta quinta-feira (2).
Segundo Feldner, as imagens colhidas de estabelecimentos vizinhos mostram dois rapazes de caraterísticas físicas distintas dos conduzidos, sendo que um deles usava bermuda e não portava tornozeleira eletrônica.
Algumas testemunhas também não reconheceram os conduzidos como autores. Apenas a esposa da vítima apontou um dos suspeitos como parecido, mas não o reconheceu de forma incontestável. Outra testemunha apontou um dos suspeitos como sendo seu vizinho e não como executor do crime.
Com isso, L. F. C., de 22 anos, O. A. A., 44 anos, J. B. S., 27, e N. P. G., 32, foram liberados. Apenas um permanece preso, J.C.G.M., 56, que foi apontado pelo neto da vítima como sendo um dos autores do crime.
Ainda segundo a delegada, o fato da vítima usar uma grossa corrente de ouro e uma pulseira de dois centímetros teria chamado a atenção dos bandidos, que viram a vítima chegar dirigindo uma caminhonete Hilux.
Segundo Feldner, o fato de não ter havido subtração de bens pode ser em decorrência da reação da vítima ao puxar uma arma e usar uma camiseta da PM.
"Os suspeitos efetuaram apenas um disparo, na sequência da vítima ter reagido, tentando puxar sua arma de fogo, situação incompatível com execução", disse a delegada.
Feldner ainda ressaltou que a prisão dos quatro suspeitos não foi errônea, mas que foi apresentada uma resposta rápida. No entanto, após ouvir as testemunhas e analisar o relatório de monitoramento eletrônico, ela chegou à conclusão de que os suspeitos não tinham participação. “Estavam realmente próximas ao local e bem no horário. Em um primeiro momento, dá-se mesmo essa suspeita”, afirmou.
O tiro
Os bandidos entraram em uma sorveteria, armados, para roubar o proprietário de uma caminhonete Hilux, que no caso pertencia ao sargento da PM. Testemunhas relataram que houve troca de tiros e um dos bandidos acertou a cabeça do policial aposentado, que foi encaminhado ao hospital por colegas que atenderam a ocorrência.
No caminho, os policiais encontraram a ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Os médicos atenderam o sargento, mas constataram que não havia mais atividade cerebral. Ele ainda foi encaminhado para o Pronto-Socorro de Várzea Grande e depois para um hospital particular, mas sem êxito de salvar o PM aposentado.
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