Walde-Mar de Andrade e Silva nasceu em 1933, em uma fazenda às margens do rio Itararé, no estado de São Paulo. Ouvia da boca de seu pai histórias indígenas e suas formas de viver, despertando uma vontade de conhecê-los.
Tornou-se artista plástico, fez exposições baseadas no livro Xingu: os índios, seus mitos, de Orlando e Cláudio Villas Bôas.
Em 1971 esteve no Xingu mantendo contato frequente com os índios. Desse contato resultou a publicação, pela Editora FTD, da obra Lendas e mitos dos índios brasileiros (2015). O livro apresenta 24 lendas indígenas, selecionadas e interpretadas pelo autor.
Entre elas estão: O paraíso terrestre (Kaiapó); As cataratas que surgiram do amor (Kaingang); O pão indígena (Tupi); A essência do fruto (Mauê); A estrela dos lados (Munduruku); A rainha das águas (Tupi); A estrela da manhã (Karajá); O troféu do amor (Tupi); O canto que encanta (Mauê); As lágrimas eternas (Tupi); O surgimento da noite (Tupi); O primeiro beija-flor (Mauê); O dono da terra (Baré); A formação das etnias (Kamaiurá); O homem-chuva (Kaiapó) e Como os Kaiapó conquistaram o fogo (Kaiapó).
Fez registros das lendas adaptadas a partir dos registros de Cláudio e Orlando Villas Bôas, com destaque para O primeiro homem, A festa dos mortos, A conquista do dia, A canoa encantada, O sapo astucioso, Inundação e fim do mundo, A formação dos rios e As mulheres sem o seio direito – todas que fazem parte do povo Kamaiurá.
A obra foi ilustrada pelo autor e consta, em seu final, um vocabulário dos termos indígenas. É uma obra primorosa para introduzir crianças e jovens no universo da literatura infantil e juvenil indígena.