Imagens: Willian Matos e Valquíria Castil
Os comerciantes do Centro Comercial Popular do bairro do Porto, em Cuiabá (MT), foram surpreendidos na manhã de quarta-feira (22) por uma tenda que dará suporte ao comércio de bebidas realizado na Orla do Porto durante o Carnaval Popular da Capital.
Revoltados, os associados reclamaram do uso do espaço que eles pagam para abrirem suas bancas, sendo utilizado por terceiros. Além disso, os trabalhadores dizem sofrer com o abandono da Prefeitura de Cuiabá, que os remanejou anos atrás para um lugar mal localizado e com baixo fluxo de clientes.
Dona Cleide Barbosa, de 49 anos, contou que paga R$ 80 reais de taxa para utilizar um dos 250 boxes.
“Não é justo. Todo o dia tem fiscal olhando a gente aqui. Nós pagamos taxa pra vender nas lojas e às vezes ficamos dois três meses sem vender nada. Somos pais de família e ficamos dependendo de prefeito e do secretário pra nos ajudar. E agora eles vem para nos prejudicar? Eu pago para trabalhar”, relatou a comerciante que tem 28 anos de trabalho no ramo.
Na última quarta-feira (22), durante o lançamento do projeto "Conecta Cuiabá" na Orla do Porto, um servidor da Prefeitura de Cuiabá foi até o local para entender a situação dos trabalhadores do Shopping da Orla. O Circuito Mato Grosso flagrou o momento em que ele foi cercado pelos trabalhadores, que se mostravam idignados.
Segundo os próprios vendedores, a Prefeitura de Cuiabá até o momento não cedeu o alvará de funcionamento para eles. “E estamos aqui há cinco anos aqui sem ganhar dinheiro e apenas com permissão pra trabalhar”, explicou Cleide.
Há dois anos no Centro Comercial Popular, a vendedora de confecções Tereza se mostrou desacreditada com o Executivo do município.
“A prefeitura até agora só teve promessa de que ia melhorar aqui pra nós, até agora não melhorou nada. Nós temos obrigação, nós temos dever, mas eles com nós, nada”, afirmou.
A presidente do Centro Comercial Popular de Cuiabá, Cida do Camelô – como é conhecida – explicou que a utilização do espaço pela Prefeitura de Cuiabá foi uma surpresa e que os 262 permissionários que trabalham no Shopping da Orla pretendiam trabalhar no local durante o Carnaval.
“Nós gostaríamos de ter esse espaço para trabalharmos. Eles colocaram essa tenda aí e pegou a gente de surpresa. Não estávamos esperando isso. Nós tínhamos um projeto pra trabalhar aí durante o Carnaval. Nossa luz está pra cortar, pois o movimento é muito parado. São nas datas festivas que arrecadamos dinheiro pra fortalecer o shopping”, relatou.
Veja vídeo dos comerciantes revoltados: