Um ex-policial filipino admitiu nesta segunda-feira (20) a existência dos "esquadrões da morte" comandados por Rodrigo Duterte quando este era prefeito de Davao e acusou o presidente do país de contratar bandidos para matar opositores.
"O esquadrão da morte de Davao é real", afirmou Arturo Lascañas, agente da Polícia Nacional até dezembro do ano passado, em entrevista coletiva.
O ex-agente, que compareceu no Senado a pedido do Grupo de Assistência Legal Gratuita sob o amparo da ONU, afirmou que para cada morte, o prefeito Duterte pagava a eles 20.000 pesos (US$ 400) e às vezes 50.000 (US$ 995) ou 100.000 (US$ 1.990).
Lascañas, que foi um dos policiais mais próximos a Duterte em seus mais de 20 anos como prefeito de Davao em vários períodos desde 1988 até 2016, tinha negado em outubro do ano passado no Senado a existência dos esquadrões da morte.
A inesperada declaração de Lascañas poderia servir para recuperar o caso depois que outro ex-membro arrependido dos esquadrões, Edgar Matobato, acusou pela primeira vez Duterte pelos assassinatos em dezembro passado perante o defensor público.
Rodrigo Duterte vem se destacando por declarações polêmicas e até agressivas contra líderes religiosos e políticos devido às críticas do seu programa de combate às drogas, que começou no dia de sua posse, em 30 de junho de 2016. Desde então, o país já registrou mais de 7 mil mortes, a maior parte delas com sinais de execução 'extrajudicial'.
Fonte: G1