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O delegado Flávio Stringueta, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Judiciária Civil, afirmou que o marido da mulher que mentiu ao denunciar ter tido seu filho recém-nascido raptado, após um sequestro, já prestou esclarecimentos e disse estar envergonhado com toda a mentira.
A falsa grávida registrou boletim de ocorrência na terça-feira (14), comunicando que tinha sido sequestrada no dia 7 de fevereiro, permanecido por sete dias em cárcere e no cativeiro dado a luz ao bebê da gravidez de cerca de 9 meses. Após exames, a polícia descobriu que C. A. A., 36 anos, não estava grávida.
Em entrevista ao programa Cadeia Neles, da TV Gazeta, o delegado declarou que o marido vinha sendo enganado pela esposa há praticamente nove meses quando ela disse que estava grávida. O marido identificado como Adriano, já tinha comprado enxoval e preparado a casa para receber o filho que, na verdade, nunca foi gerado.
Segundo Stringueta, a falsa grávida chegou a enviar fotos de ultrassom ao marido e que, com frequência, ia ao médico fazer o pré-natal. Toda a farsa seria no intuito de garantir a continuídade do casamento.
A GCCO informou que a mulher responderá por falsa comunicação de crimes de sequestro e cárcere privado. Ao final ela pode ser presa em regime fechado.
Família evangélica
Antes de toda a situação ser desvendada, o marido da falsa grávida conversou com o Circuito Mato Grosso e informou que estava "bastante abalado", mesmo sem entender o que teria ocorrido com sua esposa.
O pai disse que ele e sua família são evangélicos e bastante "tranquilos", uma vez que não se envolvem em "coisas erradas". Ele ainda relatou que mora afastado do município de Rondonópolis (212 km de Cuiabá).
Entenda
De acordo com o boletim de ocorrência, a mulher teria sido sequestrada na frente à Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis. A vítima disse que foi abordada por uma mulher que se identificou como Laura. Ela teria feito diversos questionamentos a respeito do estágio da gravidez e sexo do bebê, que C.A.M. estava esperando.
Foi então, que de acordo com o B. O., um conhecido da mulher identificada como Laura ofereceu um copo d’água. Após ingerir a água, a gestante relatou ter ficado tonta e perdido a consciência.
A dupla que abordou a suposta vítima teria a colocado em um furgão, trazido para Cuiabá e a mantido em cativeiro, por sete dias.
No cárcere – onde havia equipamentos médicos -, a vítima teria sido induzida ao parto.
C.A.A. relatou que foi deixada na região da Rodoviária de Cuiabá, sem o seu filho. Após conseguir falar com seu marido, ele veio até a Capital e denunciou o caso.
Na última terça-feira, o esposo da mulher, identificado apenas como Adriano, informou a Polícia Civil que a esposa foi sequestrada no último dia 7 (terça), quando estava indo para a Santa Casa, Em Rondonópolis, realizar o parto da criança, que já estaria marcado.
O caso foi atendido pelos policiais do 9º Batalhão da Polícia Militar e o Boletim de Ocorrência (B.O) foi registrado no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc Carumbé). Consta no Boletim, que os bandidos entraram em contato com o esposo da vítima, avisado que a esposa teria sido levada para Cuiabá, por conta de complicações durante o parto.
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