Foto Willian Matos
Com Valquíria Castil
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV) disse na manhã desta quinta-feira (16) que a falta de condições de trabalho dos fiscais que atuam para coibir o desmatamento passa a “percepção de desgoverno”. A afirmação se deu em pronunciamento à imprensa, no Palácio do Planalto, com a presença do governador Pedro Taques (PSDB).
“Os órgãos fiscalizadores estavam sem condições financeiras e muita das vezes falta até gasolina nos carros para mandar um fiscal. A situação estava bastante crítica e isso tudo gera a percepção desgoverno”, afirmou Sarney Filho.
Mato Grosso ocupa a segunda posição no ranking da Amazônia Legal, com 1.508 quilômetros quadrados (km²) desmatados, o que equivale a mais de 150 mil hectares. De acordo com dados Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), deste total, 95% foram desmatados de forma ilegal.
O ministro ainda reclamou das constantes modificações no Código Florestal e que isso estaria sendo interpretado como se a ilegalidade “pudesse existir”, já que sempre depois de um fato grande vem uma modificação na lei com uma anistia.
A situação em Mato Grosso é considerada crítica, pois demonstra uma tendência de aumento do desmatamento, que vem ocorrendo desde 2012, e a manutenção de índices alarmantes de ilegalidade, como aponta a “Análise do Desmatamento em Mato Grosso”, divulgada este mês pelo Instituto Centro de Vida (ICV).
Para o ministro o aumento do desmatamento é preocupante, principalmente por causa dos compromissos de serviços que a Amazônia presta ao Brasil e a América do Sul. Ele ainda ressaltou que foram recuperadas parcerias do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) com as policiais militares e Forças Armadas.
“Como isso, a gente espera a tendência do desmatamento tenha revertido. Nos últimos meses de 2016 tivemos um aumento do desmatamento na Amazônia, mas em dezembro foi contido e houve uma diminuição”, finalizou.
Fundos Internacionais
Sarney disse ainda que irá viabilizar recursos para os Estados e que pretende acessar mais os Fundos Internacionais e que esses recursos devem chegar na ponta, onde encontra-se o problema. “Estamos pedindo que intensifiquem o Bolsa Verde, vamos pedir ações para as reservas extrativistas e desenvolvimento sustentável”, esclareceu, enquanto acrescentava de que os detalhes deverão ser dados após a reunião.
