O presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereador Justino Malheiros (PV), aceitou o pedido de exoneração feito pelo procurador-geral do Legislativo, Francisco Faiad.
De acordo com o parlamentar, o pedido foi feito por meio de uma carta escrita a mão pelo advogado, após o mesmo ter sido preso preventivamente pela Delegacia Fazendária (Defaz), na manhã desta terça-feira (14), durante a 5ª fase da Operação Sodoma.
“Aceitamos o pedido exoneração solicitado pelo procurador-geral. A decisão deve ser publicada amanhã no Diário Oficial Eletrônico”, disse Malheiros.
Faiad é acusado de integrar suposta organização criminosa que teria causado prejuízo de R$ 8.125.500 aos cofres do Estado, por meio de cobrança de propina e fraudes a licitação nas secretarias de Estado de Administração (Sad) e a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana (Septu), antiga Secretaria de Infraestrutura (Sinfra), entre os anos de 2011 e 2014.
O suposto esquema envolveria fraudes à licitação, desvio de dinheiro público e pagamento de propinas, realizados pelos representantes da empresa Marmeleiro Auto Posto LTDA e Saga Comércio Serviço Tecnológico e Informática LTDA, em benefício da organização criminosa supostamente comandada pelo ex-governador, Silva Barbosa.
Segundo as investigações, as duas empresas, juntas, receberam aproximadamente R$ 300 milhões do Estado de Mato Grosso, em licitações fraudadas.
Como secretário de Estado da Administração, de acordo com a Defaz e o Ministério Público Estadual (MPE), Faiad teria atuado de forma a garantir a continuidade da arrecadação de propina de empresários que tinham contrato de prestação de serviço com o Governo do Estado.
“Francisco Faiad passou a integrar a organização criminosa exatamente para lograr êxito no pagamento devido à empresa Marmeleiro, uma vez que vinha sendo pressionado pelos empresários Juliano Vopato e Edésio Correa a efetuar quitação do débito”, diz trecho da decisão da juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, que decretou a prisão de Faiad.
Além do advogado, nesta nova fase da operação, também tiverem prisões decretadas: o ex-governador Silval Barbosa; o ex-chefe de Gabinete do peemedebista, Silvio Cesar Côrrea Araújo; e os ex-secretários José Jesus Nunes Cordeiro (adjunto de Administração) e Valdisio Juliano Viriato (adjunto de Transportes).
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