Imagens:Willian Matos
Dezenas de pais lotaram a recepção da sede da Secretaria Municipal de Educação (SME) em busca de vagas para seus filhos nas creches e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) de Cuiabá.
As pré-matrículas ocorreram entre os dias 23 e 26 de janeiro, pela internet, no entanto, até esta terça-feira (7), muitos pais reclamam que não conseguiram matricular seus filhos.
As aulas na rede municipal de educação começaram nesta segunda-feira (6).
De acordo com a secretaria, foram ofertadas 3.712 vagas para crianças de zero a 5 anos em 51 creches, 15 CMEI e um Centro Emergencial de Educação Infantil (CEEI) de Cuiabá.
Mãe de uma menina de 1 ano e 4 meses, Silbene dos Santos, 30, afirmou que não conseguiu vaga para sua filha em um CMEI na região da Grande Morada do Ouro. No entanto, afirma que não tem condições de ficar sem a vaga, pois trabalha.
“Fui até a creche do meu bairro e perguntei para uma das funcionárias da unidade sobre uma vaga para minha filha de um ano e quatro meses. Ela me orientou que eu não deveria fazer inscrição para lá, pois já não tinha vagas para o berçário. Eu fiz a inscrição para o CMEI Mario Lotufo, no Bairro Centro América. Não consegui vaga lá”, disse ao Circuito Mato Grosso.
“Estou vindo aqui, pois é nosso direito. Eu trabalho, assim como outras mães que estão aqui. Se votamos e pagamos nossos impostos, nós e nossos filhos não temos esse direito?”, questionou.
Moradora do bairro Altos da Serra, a professora de Educação Física, Juliana de Moraes, disse que precisa colocar seu filho de 1 ano e 7 meses, para procurar um emprego. Ela explicou que buscou, sem sucesso, uma vaga em unidade municipal no bairro Aráes.
“Coloquei meu filho na lista de espera em maio do ano passado. Me falaram que eu poderia ficar nessa lista de espera, que iria ser chamada, assim que surgisse uma vaga. Nesse início de ano fiz a inscrição pelo site e não consegui a vaga”, declarou.
“No final do ano passado consegui um emprego como professora de educação física. Ganhava R$ 700, mas pagava uma creche particular no valor de R$ 500. Acabou que
sai do emprego, pois não compensava”, desabafou.
A mãe ainda fez uma cobrança ao prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB).
“Vim conversar no atendimento para ver o que eles podem fazer por mim. Preciso trabalhar. O prefeito disse em uma entrevista, que as mães não precisavam ficar preocupadas, pois nenhuma criança ficaria sem vaga na creche”, disse.
“Humilhação”
Jéssica Galdino Costa, 27, foi até a SME em busca de uma vaga para o filho de 4 anos. Ela afirma que a situação em que está passado é uma humilhação.
“Eu nunca consegui creche pro meu filho. Preciso dessa vaga, pois trabalho. Passamos por uma humilhação como essa para conseguir [a vaga]. Eu só preciso de uma vaga pra escola, pro meu filho. Isso é lei. Se eu não colocar meu filho em uma escola eu vou presa, e eles?”, questionou.
A mãe disse ainda ter informações de que a unidade escolar em que busca matricular seu filho tem vagas disponíveis.
“Eles não disponibilizam uma vaga, sendo que a escola está vazia. Fui levar meu outro filho na escola e vi que lá está vazio. Tem vaga, a diretora disse tem vaga, só que a gente não pode fazer, tem que partir da Secretaria de Educação”, afirmou.
“Pelo amor de Deus eu preciso de uma vaga para meu filho eu não tenho dinheiro para ficar pagando para outras pessoas cuidarem do meu filho”, disse.
Lista de espera
De acordo com a Secretaria de Educação, As solicitações que excederam o número de vagas farão parte, automaticamente, de um banco de dados e poderão ser chamados no decorrer do ano letivo de 2017 conforme forem surgindo novas vagas.
Além disso, no decorrer do ano, a SME tem a expectativa de colocar em funcionamento pelo menos mais três novos CMEI, criando assim mais de 800 novas vagas.
Os primeiros serão o CMEI Antônio Batista Cruz, no residencial Avelino L. Barros, e CMEI Jornalista Marcos Coutinho, no residencial Nova Esperança.
