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Delator: mensagens a irmão de deputado não eram extorsão, veja vídeo

O advogado Júlio Cesar Rodrigues, delator da 2ª fase da Operação Ventríloquo, negou que tenha tentado extorquir o irmão do deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB), Juliano Jorge Boraczinski.

O delator confessou ter enviado mensagens ao irmão do deputado, no entanto, garantiu que a cobrança feita era referente a cobrança de serviços prestados a Romoaldo.

A declaração foi feita na tarde desta segunda-feira (6), após Juliano Jorge prestar depoimento à juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, e afirmar ter recebido mensagens de Júlio César realizando ameaças contra o parlamentar,.

“A mensagem foi endereçada a ele [Juliano], mas ele não pagou nada. O deputado não se sentiu ameaçado. Se o deputado não falou nada, então não tem extorsão”, afirmou.

De acordo com Juliano Jorge, em julho de 2015, ele recebeu diversas ligações e mensagens de texto, em que o delator tentava extorquir dinheiro de Romoaldo.

Júlio César, segundo a testemunha, afirmava que tinha provas que poderiam incriminar Romoaldo, em esquema praticado no Legislativo Estadual.

De acordo com a denúncia, uma das mensagens enviadas por Júlio César dizia: “Tenho seu mano gravado várias vezes… quero um milhão p segurar a bronca toda.. Vcs tem três dias”.

Por conta da suposta tentativa de extorsão, Júlio César é um dos réus da ação penal derivada da 2ª fase da operação.

Prestação de serviço

Pelos serviços supostamente prestados ao deputado Romoaldo Junior, o advogado que faz a própria defesa no processo, revelou ter recebido cerca de R$ 340 mil. “Eu recebi em honorários na época”, afirmou.

Em conversa com a imprensa, Júlio César confirmou que as gravações entregues ao Gaeco, como parte do acordo de delação premiada, são referentes aos “recebimentos de valores do banco HSBC”, pelos quais considerou como lícitos.

O delator disse ainda que as acusações de supostamente ter aemaçado o irmão de Romoaldo, seriam uma tentativa de desqualifica-lo.

Além de Júlio César, o ex-chefe de gabinete de Romoaldo, Francisvaldo Mendes Pacheco, também é réu nesta ação penal, acusado pelos crimes de constituição de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. 

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Valquiria Castil

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