O prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB) afirmou que antes de se falar em novo reajuste no valor da passagem de ônibus da Capital, é preciso discutir melhorias no serviço público com os empresários que atuam no setor.
Nesta quinta-feira (2), o gestor municipal garantiu que não irá reajustar a tarifa em 2017.
No entanto, os empresários das quatro empresas que atuam na Capital apresentaram suas planilhas de custos e pediram que a passagem passe de R$ 3,60 para R$ 4,03.
“Não está na hora de pedir reajuste de tarifa, mas de discutir a melhoria da prestação dos serviços públicos, principalmente o do transporte coletivo”, disse Emanuel à imprensa.
“Em minha visão, R$ 3,60 é uma tarifa cara para a baixa qualidade do serviço que vem sendo prestada a população”, completou.
De acordo com o peemedebista mesmo com o “congelamento” do valor da passagem, ele irá ter atenção especial com o fluxo de caixa das empresas, que reclamaram a diminuição do número de usuários.
Em 2015, segundo a Associação Mato-grossense dos Transportes Urbanos (AMTU), foram 3,4 milhões de usuários. Já em 2016, este número caiu 6,35% (3,1 milhões de usuários) – o acesso a veículo próprio, como carro e motocicleta, são alguns do motivo pela queda no número.
O “prejuízo” pelo aumento dos custos e queda no número de passageiros pagantes ficou em R$ 1,5 milhão no ano passado.
“Estou pronto para sentar com os empresários e garantir o equilíbrio econômico e financeiro do sistema. Não quero que empresário quebre. Preciso dos empresários trabalhando bem e tendo lucro para investir cada vez mais na melhoria do serviço”, pontuou Emanuel.
O presidente da AMTU Ricardo Caixeta disse que tentará negociar com o prefeito a redução de custo em itens de serviços das empresas concessionárias para cobrir a diferença que seria repassada para a tarifa.
“Vamos tentar negociar com a prefeitura alguma redução de custo que possa viabilizar a continuação do transporte com a tarifa atual”.
Precariedade
Conforme reportagem publicada no Jornal Circuito Mato Grosso nesta semana, a Grande Cuiabá tem hoje um dos piores serviços de transporte público, que funciona com baixa fiscalização pelo Poder Público.
A precariedade aparece em pesquisa de satisfação de passageiros com reclamações que vão da má limpeza ao longo tempo de espera para atendimento, passando pela falta de abrigos em paradas ônibus e excesso de passageiros por veículo.
A falta de gerenciamento foi identificada em relatório divulgado no fim do ano passado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) que na semana passada apresentou uma série de medidas para cumprimento das prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande, com prazo de 90 dias para constatação dos primeiros resultados.
São 22 medidas para criação de órgãos fiscalizadores de horários e a quantidade de veículos em circulação.
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