Com Reinaldo Fernandes Foto: Ahmad Jarrah
Os empresários que atuam no transporte público de Cuiabá (MT) apresentaram, na tarde desta quinta-feira (2), planilha de custos do serviço e pediram reajuste da tarifa de ônibus para R$ 4,03. Atualmente, o usuário desembolsa R$ 3,60 por passagem. Aumento de 11,9% em comparação a 2016.
De acordo com o presidente da AMTU, Ricardo Caixeta, o valor sugerido pelos empresários leva em consideração a diminuição do número de usuários no último ano.
Em 2015, segundo a AMTU, foram 3,4 milhões de usuários. Já em 2016, este número caiu 6,35% (3,1 milhões de usuários) – o acesso a veículo próprio, como carro e motocicleta, são alguns do motivo pela queda no número.
Segundo Caixeta, o “prejuízo” pelo aumento dos custos e queda no número de passageiros pagantes ficou em R$ 1,5 milhão no ano passado.
“No ano passado houve queda na ordem de 6,3% no número de passageiros pagantes e houve aumento de custos em todos os insumos, que implicam no reajuste da tarifa. E o cálculo que nós fizemos internamente estabelece a tarifa em R$ 4,03”.
O reajuste de tarifa é concedido anualmente pela prefeitura, considerando os gastos das empresas com manutenção dos veículos (salário de funcionários, pneus, óleo diesel, por exemplo), o número de passageiros, mais a correção inflacionária.
O índice para reajuste em 2016 está dentre os mais altos nos últimos anos, e ficou acima da inflação. A tarifa saiu de R$ 3,10, em 2016, para os atuais R$ 3,60. Foi um aumento superior ao de 2015 (10,7% em relação a 2014) com patamar em 16,1%.
Sem reajuste
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, disse que não concederá reajuste da tarifa do ônibus às empresas concessionárias do serviço. A declaração foi feita em cerimônia na Câmara de Vereadores nesta quinta-feira (2). Pinheiro chamou o sistema de exploração de transporte na capital de “vicioso” e “pernicioso”.
“Aqui vai um recado para a MTU (Associação Mato-grossense de Transporte Público): este ano não terá aumento de tarifa. Este ano não terá aumento de tarifa. Antes de pensar conceder aumento para realimentação de ciclo vicioso e pernicioso, precisamos pensar na qualidade do atendimento à população. Os R$ 3,60 [da tarifa] hoje pagos são muito caros pelo serviço prestado à população”, disse.
O empresário Ricardo Caixeta disse que tentará negociar com o prefeito a redução de custo em itens de serviços das empresas concessionárias para cobrir a diferença que seria repassada para a tarifa.
“Vamos tentar negociar com a prefeitura alguma redução de custo que possa viabilizar a continuação do transporte com a tarifa atual”.