O primeiro evento do Ultimate Fighting Championship no Brasil em 2017 terá uma novidade que vem de Minas Gerais. Paulo Borrachinha Costa, de Contagem, estreará na organização no UFC Fight Night 106, no dia 11 de março, no Centro de Formação Olímpica, em Fortaleza. Ele terá pela frente o veterano sul-africano Garreth McLellan, pela divisão peso médio.
Aos 25 anos, Borrachinha chegou a ser contratado para estrear no UFC 198, na Arena da Baixada, em Curitiba, maior evento da organização no Brasil. Ele substituiria Anderson Silva contra Uriah Hall, mas o Primetime, como é chamado o jamaicano, recusou o duelo. Com isso, o mineiro ficou no ‘quase’, mas ganhou a tão sonhada oportunidade em outra edição no país, em Fortaleza.
Paulo Borrachinha participou do The Ultimate Fighter Brasil 3, mas caiu antes da semifinal ao perder por decisão dividida para Márcio Lyoto, que chegaria à decisão e acabaria batido por outro mineiro, Warlley Alves. Com a estreia adiada no UFC, o lutador nascido em Contagem voltou a atuar pelo Jungle Fight e conquistou o cinturão dos médios.
Invicto no MMA, com oito vitórias consecutivas, Borrachinha terá pela frente um adversário de 35 anos e que vem de duas derrotas em sequência. O mineiro, que começou no jiu-jitsu aos 12 anos, garantiu que a frustração por não ter estreado em Curitiba já faz parte do passado. Em entrevista ao Superesportes, ele demonstrou foco total no adversário em Fortaleza, para começar bem a participação no octógono mais badalado do mundo.
Confira a entrevista com Paulo Borrachinha
Você teve a chance de estrear no UFC no maior evento da organização no Brasil, em Curitiba. Mas o duelo foi recusado por Uriah Hall, que enfrentaria Anderson Silva. Você ficou frustrado com a possibilidade que acabou não se concretizando?
Eu fiquei, mas tentei pensar que eu teria outra chance, tentei não me desesperar. É claro que eu gostaria muito de ter estreado naquele evento, ia me colocar em outro patamar, já que o Uriah vinha de uma sequência bacana, mas eu sempre soube que a minha hora chegaria.
Você ainda acreditava em uma chance de lutar no UFC?
Eu sabia que uma hora ou outra, meu momento ia chegar. Eu sabia que em mais um ano ou ano e meio minha hora ia chegar.
Como reagiu ao acertar a luta para o UFC em Fortaleza?
Eu reagi com bastante calma e tranquilidade. Eu estou vendo essa oportunidade como uma grande oportunidade, mas também como mais um trabalho. Claro que um trabalho muito importante. Eu vejo a possibilidade de fazer uma carreira dentro do UFC. Estou feliz por estar no lugar certo e em um evento desse tamanho em que eu posso fazer minha carreira.
Você terá pela frente um veterano, Garreth McLellan. Já começou a estudar o adversário?
Sim, eu o conheço um pouco, estudei o jogo dele. Sei que ele é canhoto, mais velho, é bem equilibrado, mas vem de duas derrotas. Eu acredito muito na vitória, no primeiro ou no segundo round, não vou deixar passar disso.
Seu adversário de estreia vem de duas derrotas seguidas. É a hora de aproveitar o momento ruim do oponente para estrear bem no UFC?
Eu acredito que ele está bastante ameaçado, talvez possa ser a última luta dele no UFC. É uma vantagem para mim, porque é um cara que não está vindo de uma sequência de vitórias, mas, independentemente disso, eu vou buscar a vitória. Mas isso facilita.
Como está a preparação? Treinando em BH? Algum foco específico no camp?
Estou treinando em Belo Horizonte e em Contagem, onde moro e meu irmão tem uma academia. Mas semana que vem vou estar treinando numa academia do Rio, na Team Nogueira e na academia do Pedro Rizzo, onde vou ficar um mês. O foco é treinar da melhor forma para lutar da melhor forma também. O meu foco é estar focado (risos). Não tenho um foco específico. Eu treino tudo, em pé, no chão, a parte física. Acho que o mais importante é o psicológico, pois é uma estreia no UFC, o maior evento de MMA do mundo. O Garreth realmente tem falhas, tem brechas. O meu foco é ganhar a luta.
Você nocauteou quase todos os adversários que enfrentou no MMA. A trocação na luta em pé é o seu ponto forte?
Eu não vejo minha luta em pé como ponto forte, não. Eu tenho uma forte habilidade no chão também. Eu acredito que para o UFC, o meu poder de nocaute e em pé é uma vantagem. O público e a diretoria veem isso melhor, então acho que vou utilizar mais a parte em pé. Mas não vejo como meu ponto forte, eu evoluí e vou continuar evoluindo nos meus pontos fracos e também, na minha luta em pé.
Como você encara a chance de estrear no UFC em um evento no Brasil, com a torcida a favor?
Eu acho que é muito positivo. Eu acredito que a torcida brasileira é a mais calorosa do mundo e o povo do Ceará é um povo que ama o MMA. Então, não poderia ser de uma forma melhor minha estreia no UFC do que lutando no meu país.
Fonte: SuperEsportes