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A pedido da defesa, Gaeco adia depoimento de delator da Rêmora

O empresário Giovani Guizardi só vai prestar depoimento ao Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no dia 08 de fevereiro. Ele deveria ser ouvido nesta segunda-feira (30), porém, a pedido da defesa, a data foi remarcada. Já o ex-assessor da Seduc, Fábio Frigeri, será ouvido logo mais às 16h.

O delator da Operação Rêmora relatou que as fraudes na Secretaria Estadual de Educação (Seduc) teriam a intenção de pagar o investimento de R$ 10 milhões feito pelo empresário Alan Malouf, sócio do Buffet Leila Malouf, na campanha do governador Pedro Taques (PSDB), em 2014. 

Guizarde se comprometeu a devolver aos cofres públicos cerca de R$240 mil, após colaboração premiada ao Ministério Público Estadual (MPE). O engenheiro, dono da Dínamo Construtora, cumpre prisão domiciliar desde o dia 30 de novembro, quando saiu do Centro de Custódia da Capital (CCC).

Em depoimento, o empresário confirmou que a organização criminosa foi montada em 2015, visando arrecadar "fundos ilícitos" para saldar pagamentos não declarados na campanha eleitoral de 2014.

Novos depoimentos

Estes novos depoimentos realizados pelo Gaeco desde o dia 26 de janeiro são decorrentes das audiências de instrução e julgamento, aos quais novos fatos e nomes foram surgindo. Com as novas informações, três inquéritos referentes à Operação Rêmora foram abertos pelo Ministério Público Estadual (MPE).

Segundo o promotor de Justiça Marcos Bulhões, as oitivas devem esclarecer os depoimentos dados em juízo. “A oitiva deve esclarecer pontos relativos a três Procedimentos Investigatórios Complementares (PIC's), que visam embasar o processo que tramita na 7ª Vara Criminal”, afirmou Bulhões.

Ricardo Sguarezzi foi o primeiro a ser ouvido pelo Gaeco, no dia 26. Na última sexta-feira (27) foi a vez do ex-secretário Permínio Pinto.  

O próximo depoimento a ser colhido é o do empresário Alan Malouf que prestará esclarecimentos no dia 1º de fevereiro às 14h. No mesmo dia está previsto o depoimento do ex-servidor estadual Wander Luiz dos Reis às 16h.

A Operação Rêmora

Em 03 de maio de 2016, a Operação Rêmora veio à tona, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), e desarticulou uma organização criminosa que atuava dentro da Seduc. As atividades irregulares ocorriam desde outubro de 2015 e envolviam um esquema de pagamento de propina e fraudes em pelo menos 23 processos licitatórios de reformas e construções de escolas públicas, e que juntos somam mais de R$ 56 milhões em obras.

As investigações levaram o Gaeco a constatar a divisão de quatro núcleos: liderança, agentes públicos, operações e, por fim, empresários do ramo da construção. De forma organizada, o cartel de empresários dividiam as licitações entre si.

A operação aponta crimes de constituição de organização criminosa, formação de cartel, corrupção passiva e fraude a licitações.

No relatório da Controladoria Geral do Estado (CGE-MT), verificado em cima do certame de R$ 56 milhões, o valor das obras licitadas totalizou R$ 21,5 milhões, sendo realizadas 17% das obras, o que equivale a mais de R$ 3 milhões, e resultou em um dano entre R$ 370 mil e R$ 400 mil aos cofres do Estado.

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Valquiria Castil

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