Plantão Policial

Antes de morrer, jovem disse em post que foi agredido por ser gay

Dois dias antes de ser morto, o adolescente Itaberli Lozano, de 17 anos, afirmou em uma postagem no Facebook que foi agredido pela mãe por ser homossexual. As imagens da publicação – que acabou sendo apagada depois – foram recuperadas por amigos do jovem e entregues ao Ministério Público.

O promotor Wanderley Trindade afirmou que denunciará a gerente de supermercado Tatiana Lozano Pereira, de 32 anos, por crime de homofobia, contestando o inquérito da Polícia Civil, que aponta somente desavenças entre mãe e filho.

Tatiana e o marido, o tratorista Alex Pereira, de 30 anos, padrasto de Lozano, foram presos na quarta-feira (11), em Cravinhos (SP), após confessarem o crime. Na sexta-feira (13), a Polícia Civil prendeu outros dois jovens, de 18 e 19 anos, por participação no assassinato.

"Acredito que foi a própria Tatiana quem apagou a postagem quando ele foi assassinado, porque ela estava com o celular dele na madrugada do crime. Para provar, estou pedindo a quebra de sigilo na Justiça”, disse o promotor.

Na publicação, o adolescente relata que foi espancado “pela mulher que chamava de mãe” por ser gay e que Tatiana colocou “uma renca de moleques” para agredi-lo. Lozano diz ainda que foi para a casa de amigos em Franca (SP) para fugir das ameaças.

O tio paterno da vítima, Dario Rosa, já havia afirmado que Tatiana não aceitava a homossexualidade do filho e, por esse motivo, os dois tinham muitas discussões. A família suspeitava que o crime foi motivado pelo fato de Lozano ser gay.

O crime
O corpo de Itaberli Lozano foi encontrado carbonizado em um canavial às margens da Rodovia José Fregonezi, em Cravinhos, em 7 de janeiro. A família registrou um boletim de ocorrência relatando o desaparecimento do adolescente dois dias depois.

Na quarta-feira, a mãe e o padrasto foram presos, e confessaram o crime. Inicialmente, Tatiana disse que discutiu com o filho dentro de casa e o esfaqueou na madrugada de 29 de dezembro. Com a ajuda do marido, a gerente de supermercado queimou o corpo no canavial.

Em um segundo depoimento, a mãe voltou atrás e contou que havia aliciado dois jovens para darem um “corretivo” no filho, mas sem a intenção de matá-lo. Tatiana disse que ligou para Lozano, que estava na casa da avó paterna, alegando que queria se reconciliar.

Um dos rapazes confessou ter espancado Lozano, enquanto o outro disse que apenas conversou com o jovem. Segundo a Polícia Civil, no entanto, uma testemunha afirmou que ambos espancaram e enforcaram a vítima. Em seguida, a mãe esfaqueou o próprio filho.

A dupla foi presa na sexta-feira e devem responder por homicídio qualificado e associação criminosa. Eles foram levados à cadeia de Santa Rosa de Viterbo (SP) e, segundo a Polícia Civil, ainda não têm advogado constituído.

O delegado Helton Testi Renz disse que encerrará o inquérito nos próximos 30 dias, antes que termine o prazo da prisão temporária da mãe e do padrasto. O casal deve ser indiciado por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Tatiana foi transferida da cadeia de Cajuru (SP) para a Penitenciária de Tremembé (SP) na última sexta-feira. O padrasto do adolescente continua preso na cadeia de Santa Rosa de Viterbo. A defesa do casal deixou o caso e, até o momento, não há advogado constituído.

Fonte: G1

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Plantão Policial

Ladrões explodem caixa eletrônico em VG

Inicialmente, os ladrões usaram um maçarico para cortar o equipamento, mas não conseguiram e usaram explosivo.    Os bandidos fugiram
Plantão Policial

Em Sorriso 66 motos são apreendidas em operação da PM

"Esta é uma determinação do comandante, tenente coronel Márcio Tadeu Firme. Até o carnaval, faremos todos os dias blitz em