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Delegado nega homofobia em caso de jovem morto pela mãe e padrasto

O delegado Helton Testi Renz afirmou que descarta a possibilidade de crime de homofobia no caso do adolescente morto pela mãe com a ajuda do padrasto em Cravinhos (SP). A suspeita havia sido levantada pelo tio paterno de Itaberli Lozano, de 17 anos, afirmando que a mulher não aceitava a homossexualidade do filho.

“Eu descarto qualquer coisa sobre a orientação sexual dele. A gente sabe que ele não tinha um bom relacionamento, principalmente com a mãe, e que acabou culminando no crime. Mas, esse desentendimento deles não era por homofobia”, disse o delegado.

A mãe e o padrasto foram presos nesta quarta-feira (11), após confessarem à polícia serem os autores do crime. Em depoimento, a gerente de supermercado Tatiana Lozano Pereira, de 32 anos, contou que matou o filho a facadas durante uma discussão.

Já o padrasto, o tratorista Alex Pereira, de 30 anos, disse que levou o corpo de Lozano até o canavial, onde foi incendiado. Os restos mortais foram encontrados em 7 de janeiro, dois dias antes de a família registrar um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento do jovem.

O advogado Fabiano Ravagnani Junior disse que pediu à Justiça a liberdade provisória do casal. A defesa também estuda ingressar com pedido de habeas corpus, alegando legítima defesa – a tese é de que a mãe foi ameaçada de morte pelo filho.

Histórico de agressão
 Em depoimento, Tatiana chegou a afirmar que o filho ameaçou ela e irmão caçula de morte. A mãe também disse que Lozano passou a apresentar comportamento agressivo com a família nos últimos meses, após suposto envolvimento com drogas.

Entretanto, o delegado Helton Testi Renz nega que o adolescente fosse violento, e ainda que tivesse antecedentes criminais, como afirmou o advogado do casal. "Não temos registro formal de agressão ou de briga, seja com família ou com qualquer outra pessoa”, ressaltou.

Renz disse que encerrará o inquérito policial nos próximos 30 dias, antes que termine o prazo da prisão temporária do casal. Neste período, o delegado pretende colher o depoimento de três testemunhas e solicitar perícia na casa e no carro dos suspeitos.

Ainda segundo o delegado, os exames foram requisitados com o uso de luminol, substância química capaz de identificar manchas de sangue, mesmo que tenham sido limpas. O casal deve ser indiciado por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

“Em seguida, o caso será levado à Justiça e, se condenados, o padrasto e a mãe poderão pegar até 33 anos de prisão”, disse Renz.

O caso
 Os restos mortais do adolescente foram encontrados carbonizados em um canavial próximo à Rodovia José Fregonesi em 7 de janeiro, dois dias antes de a família registrar um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento dele.

O crime, no entanto, ocorreu em 29 de dezembro, segundo relato da mãe. Tatiana contou que discutiu com o filho em casa e acabou esfaqueando o adolescente no pescoço. Com a ajuda do marido, a gerente de supermercado enrolou o corpo de Lozano em um edredom.

Em seguida, o casal colocou o corpo no carro, levou até o canavial e ateou fogo.

Fonte: G1

Redação

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