Política

Leitão nega pressão de partidos por cargos na gestão de Pedro Taques

Com Cátia Alves

O presidente do PSDB em Mato Grosso, deputado federal Nilson Leitão, disse não ver rendição do governador Pedro Taques à cobrança política de outros partidos por espaço na gestão. No entanto, afirmou que a mudança de secretariado do governo para um perfil com mais acolhimento de representantes de siglas da base de apoio político faz parte de um “melhoramento de diálogo”.

“Eu não vejo que o governador Pedro Taques esteja cedendo à pressão de cobrança política para encaixar representantes em seu governo. Não há cobrança por cargo [pelas siglas], mas pedido por espaço o que é comum. Faz parte de um velho jogo político do passado”, afirmou Leitão em entrevista a jornalistas na manhã desta quinta-feira (12) no Palácio Paiaguás, em Cuiabá.

Logo em seguida, ao ser questionado sobre a gestão de Taques, que entrou em seu terceiro ano de governo, o deputado emendou: “O que precisa ser melhorado é essa relação [política], o que o governador já começou a fazer em 2017. Precisamos de mais diálogo, com pessoal do interior. Mas não vejo dificuldades do governador em dialogar com Assembleia, tanto é que os deputados aprovam tudo o que Taques manda [para votação no Legislativo]”.

A mudança de perfil do secretário de Taques teve início em fins do primeiro semestre de 2016, quando os titulares de pastas com formação mais técnica começaram a ser trocados por nomes com mais apelo e engajamento político. A reforma administrativa foi dividida em duas fases, com previsão de conclusão do processo no começo deste ano.

Na segunda fase, o status político do novo secretariado de Taques ficou mais visível, a contar pela nomeação do deputado estadual Wilson Santos (PSDB) para a Secretaria de Cidades (Secid) e do também deputado estadual Max Russi (PSB) para Trabalho e Assistência Social (Setas).

O PSB ainda poderá ocupar a cadeira de secretaria adjunta de Esportes e outros quatro postos de primeiro e segundo escalações do governo.

Troca de secretários

O perfil técnico, a ilegalidade jurídica e o envolvimento de secretários de Pedro Taques em esquemas de corrupção levaram à mudança quase completa de seu staff na metade de seu mandato; em algumas pastas houve mais de duas alterações em questão de meses. Sofreram mudanças em  2016 as Secretarias de Segurança Pública, Meio Ambiente (Sema) e Educação, Planejamento, Fazenda, Desenvolvimento Econômico

Gabinete de Desenvolvimento Regional, Agência Estadual de Serviços Públicos Delegados (Ager), Saúde, Cidades, Assuntos Estratégicos, Trabalho e Assistência Social e Comando Geral da Polícia Militar.

A Secretaria de Estado de Educação também sofreu troca quando foi deflagrada a Operação Rêmora, que investiga fraudes em licitação de obras e levou à prisão o então secretário da pasta, Permínio Pinto, além de empresários e servidores públicos.

Outra surpresa agora no final de 2016 foi o pedido de exoneração de Adriana Vandoni, braço direito do governador Pedro Taques e que ocupou durante dois anos o propalado Gabinete de Combate à Corrupção. Com todas essas trocas, também houve mudanças sucessivas  de adjuntos, superintendentes e diretores.

Reinaldo Fernandes

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