O Ministério da Saúde divulgou o número total de casos de influenza em 2016. O H1N1 matou 1.982 pessoas e foram feitas 10.625 notificações. O conjunto dos vírus influenza vitimou 2.220 pacientes. O balanço quase alcançou os números de 2009, quando o H1N1 se tornou uma pandemia* e matou 2.060 brasileiros. Naquele ano, a vacina ainda estava em desenvolvimento.
Os dados foram contabilizados da semana epidemiológica 01 até a 52 – de 3 de janeiro até 31 de dezembro. Ao todo, foram 54.224 notificações da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), uma complicação da gripe. Tais números são um registro dos diferentes tipos de influenza (12.174 casos) – incluindo H1N1 – e de outros vírus respiratórios (4.871 casos).
Além das mais de 10 mil notificações do vírus H1N1, 858 registros eram influenza A não subtipado, 642 eram influenza B e 49 eram influenza A. Os casos de SRAG atingiram, em média, brasileiros de 39 anos. A região sudeste foi a mais afetada, com 56,5% dos casos. O estado com mais mortes por influenza foi São Paulo, com 38,3% dos registros.
Doença chegou mais cedo
Em junho deste ano, quando a doença somava 886 mortes, a vacinação já havia atingido 95,5% do público alvo. O vírus H1N1 chegou mais cedo, no entanto, de acordo com os especialistas, e a campanha de imunização só pode ser feita em abril.
Celso Granato, infectologista do Fleury Medicina e Saúde, explica que alguns casos estão ocorrendo já em outubro e novembro no país. Segundo ele, o vírus pode circular em viajantes brasileiros que vão ao hemisfério norte no final do ano, quando é inverno. Ainda de acordo com o médico, é difícil começar a campanha de vacinação antes para evitar tais infecções.
“Não dá tempo. Você precisa prever qual é o vírus que vai correr no ano seguinte. Isso só se sabe no inverno anterior do hemisfério norte. A vacina brasileira é feita com base no vírus que circulou por lá. Esse vírus é distribuído para as fábricas, que precisam de um tempo para produzir. É humanamente impossível você ter uma vacina pronta antes de abril. E ela dura mais ou menos 6 meses”, explica.
Em junho, o médico Caio Rosenthal já havia alertado que o vírus está chegando “antes do previsto”. “Como a epidemia veio antes do esperado, a população vulnerável, ou seja, sem vacina, estava desprotegida”, disse.
No boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, os dados mostram que do total de óbitos por influenza (2.220), 1.549 apresentavam fatores de risco: idosos, pessoas com doença cardiovascular e peneupatias crônicas, diabetes, obesidade, entre outros.
Óbitos de H1N1 por estado do Brasil em 2016
Rondônia – 3
Acre – 5
Amazonas – 4
Roraima – 1
Pará – 27
Amapá- 4
Tocantins – 0
Maranhão – 1
Piauí – 1
Ceará – 14
Rio Grande do Norte – 7
Paraíba – 13
Pernambuco – 16
Alagoas – 12
Sergipe – 0
Bahia – 30
Minas Gerais – 193
Espírito Santo – 45
Rio de Janeiro – 80
São Paulo – 779
Paraná – 216
Santa Catarina- 112
Rio Grande do Sul – 205
Mato Grosso do Sul – 95
Mato Grosso – 17
Goiás – 88
Distrito Federal – 18
Fonte: G1