Cidades

90% dos municípios não aproveitam potencial do setor turístico em MT

 
Ao menos é o que atesta o coordenador técnico de projetos turísticos, Mario Timiraos. Ele alega que isto se deve ao fato de que, primeiramente, na maior parte das cidades do Estado, o Turismo é tratado de forma secundária. “Encontramos municípios que sequer têm uma secretaria específica. O turismo é um departamento dentro de outra secretaria, algumas na parte de desenvolvimento econômico, outras na área de cultura ou meio ambiente, e isso faz com que o turismo seja relegado a segundo ou terceiro plano”, alega. Timiraos pontua também que em muitos locais, não se entendeu ainda que o turismo é um “grande potenciador econômico e que, direta ou indiretamente, mexe com 52 segmentos da economia”. 
 
O coordenador ressalta, ainda, que é preciso entender a lógica de que o turismo acontece primeiramente dentro do próprio município. Neste sentido, ele diz que a população precisa sair de casa para ocupar os espaços públicos que a cidade oferece. “Sempre coloco este exemplo: se estou procurando um restaurante, eu vou naquele que tem gente. No que está vazio eu nem entro. Eu olho e vou embora. Mesma coisa quando passo em uma cidade: se ela está deserta, o que vou procurar lá dentro? Eu vou embora. Por isso a necessidade de o turismo começar localmente, dentro do município, agilizar para que a população venha para a rua”, defendeu Timiraos. 
 
Ainda assim, o técnico de projetos ressalta que é fundamental que cada município analise sua realidade local. “No momento de desenvolver seu potencial turístico, o município pode até incorporar experiências de outros lugares, mas é preciso se adaptar à sua realidade”, justifica, ao pontuar que cada região tem sua população, cultura e características que devem ser respeitadas. 
 
O profissional ainda completa dizendo que a realidade é que os municípios mato-grossenses têm muita potencialidade: “Estamos num Estado que tem três ecossistemas bem definidos, a maior parte dos municípios tem natureza, ecologia, praia, rios. Dentro do turismo estão bem completos, tem muita coisa que dá pra fazer e é isso que deve ser aproveitado. 
 
Copa 2014 – Mário Timiraos lembra que nos últimos anos muito tem sido feito no ramo turístico do Brasil, na “ânsia” pelas oportunidades que virão com a Copa do Mundo de 2014. Ele argumenta, no entanto, que neste ponto a Copa é na verdade uma ilusão. Timiraos afirma: “Não dá pra pensar que o turista que vai passar aqui uns dias para assistir a um jogo vai ficar visitando uma série de pontos turísticos. O turista da Copa vem pra assistir o jogo, naturalmente ele irá viajar, mas para lugares próximos de onde serão realizadas as partidas”. 
 
Ainda assim, ele ressalta que os municípios da Baixada Cuiabana têm certa vantagem, já que apresentam uma oferta turística relevante e em lugares relativamente próximos à Capital. “A vantagem aqui é que temos a Chapada dos Guimarães, tem o Pantanal a 100 km e estas são vantagens em relação a outras cidades, onde para se ver um atrativo turístico você tem que se deslocar 300, 400 km. Mesmo assim, é preciso ter em mente que os municípios não vão enriquecer com este evento. Cabe a eles aproveitar a visibilidade durante os jogos, para oferecer os atrativos turísticos em outras ocasiões”, concluiu. 
 

Redação

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