Segundo informações, outro barco foi forçado a retornar pela Marinha da Indonésia e seu destino é incerto; o paradeiro de um terceiro barco com centenas de imigrantes, forçado a deixar águas da Tailândia na quinta-feira, também é desconhecido.
Autoridades médicas disseram ao serviço indonésio da BBC que, entre os resgatados na costa da província de Aceh nesta sexta-feira, oito estavam muito doentes.
Um chefe de polícia em Aceh disse à agência de notícias AFP acreditar que o barco já tinha sido levado para fora de território marítimo da Malásia pela Marinha local. O barco estava afundando e foi rebocado à praia por pescadores.
A política oficial na Tailândia, Malásia e Indonésia é rejeitar imigrantes que tentem chegar às suas praias.
Mas, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que estes países "mantivessem abertas suas fronteiras e portos para ajudar as pessoas vulneráveis que precisam". O secretário-geral da ONU disse que os países são obrigados a resgatar barcos naufragados e respeitar a proibição internacional à rejeição de possíveis refugiados.
A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch já afirmou que está ocorrendo um "pingue-pongue humano" mortal no mar de Andaman, onde acredita-se que outros milhares de pessoas estejam em barcos à deriva.
Minoria
O correspondente da BBC Jonathan Head visitou um barco que levava mais de 300 muçulmanos na minoria rohingya perto da ilha de Koh Lipe, no sul da Tailândia, na quinta-feira.
Ele afirmou que as pessoas à bordo do navio encontrado entraram em contato com as famílias para dizer que homens armados usando uniformes entraram no navio durante a noite.
Eles consertaram o motor, que estava quebrado, deram comida a eles e enviaram o barco para o sul.
Não se sabe onde este barco está. Membros das famílias que foram contactados do barco quando ele ainda estava na costa da Tailândia, não conseguiram mais fazer contato.
Autoridades tailandesas disseram que os imigrantes não queriam chegar à costa, queriam seguir viagem até a Malásia.
"Não estamos empurrando de volta (os imigrantes) pois estas pessoas queriam ir embora. Cumprimos nosso dever humanitário. Eles queriam ir para um terceiro país", disse Veerapong Nakprasit, oficial da Marinha da Tailândia, à agência de notícias Reuters.
Segundo o correspondente da BBC, depois de quase três meses no mar, há a probabilidade de vários imigrantes necessitarem de cuidados médicos. Os que estão à bordo, incluindo mulheres e bebês, disseram ao repórter que não tinham comida ou água e que dez pessoas já tinham morrido.
Minorias e economia
Os imigrantes de etnia rohingya estão deixando Mianmar pois não são reconhecidos como cidadãos do país e sofrem perseguição. Por outro lado, acredita-se que muitos dos bengaleses indo para a Malásia ou outros países sejam imigrantes econômicos.
No começo da semana, milhares de pessoas começaram a chegar às praias da Malásia e Indonésia depois de terem sido abandonadas em rotas usadas por traficantes de pessoas, que temiam uma operação das autoridades tailandesas.
Ainda não se sabe quantos barcos cheios de imigrantes estão à deriva no mar, mas ONGs afirmam que milhares de pessoas podem estar vagando nestes barcos, sem permissão para chegar às praias.
A agência de refugiados da ONU pediu para os países da região coordenarem uma operação de busca e resgate.
A Tailândia anunciou a realização de uma reunião regional no dia 29 de maio para discutir a crise dos imigrantes. Mas, Mianmar teria indicado que provavelmente não vai participar.
Fonte: BBC BRASIL