Política

460 servidores da Câmara podem ser demitidos por falta de orçamento

Cerca de 460 servidores da Câmara de Cuiabá podem ser demitidos por falta de recurso para cobrir salários de R$ 2,5 milhões. A medida foi anunciada na sessão extraordinária na manhã desta sexta-feira (6) pelo presidente da Casa, Justino Malheiros (PV).

Ele diz que as demissões são necessárias para readequação orçamentária, cujo montante previsto na LOA (Lei Orçamentária Anual) começou a fechar em agosto.

“Se não vier essa suplementação para a Câmara teremos que tomar essa medida, é única alternativa para reequilibrar o orçamento. E estou muito propenso a tomar essa medida hoje, a não ser que seja muito convencido pela equipe técnica da Câmara de que é possível segurar a decisão para a próxima semana”.

 A sessão extraordinária foi convocada para votação do projeto do Executivo de suplementação orçamentária de R$ 5,7 milhões. O repasse começou a ser conversado com o prefeito Emanuel Pinheiro em março deste ano. E até o fim da manhã de hoje a proposta não tinha sido enviada para votação dos vereadores.

“Na semana passada, a equipe técnica da prefeitura disse que enviaria o projeto de suplementação até às 18h de ontem [quinta-feira, 5]. Foi por isso que convocamos a sessão extraordinária para apreciar a matéria. Pois entendemos que o prazo para a transferência termina hoje”, disse Malheiros.

A decisão sobre a demissão dos 460 servidores está sendo discutida hoje pelos vereadores. A previsão é que haja definição até o fim da tarde.

“A folha de pagamento dos 460 [servidores] é R$ 2,5 milhões com encargo. A suplementação é de  R$ 5,7 milhões agora que ganhamos um acordo do Tribunal de Contas do Estado (TCE) na semana passada. Não tem como transferir de outro setor para pagar o salário deles, o duodécimo é de R$ 42 milhões estará ultrapassando o decreto que veio e foi cancelado”.

Sessão

A sessão marcada para a manhã de hoje foi suspensa minutos depois de aberta por falta de objeto para análise. O presidente da Câmara, Justino Malheiros, declarou a sessão aberta, anunciou a demissão de 460 servidores e a suspendeu.

Vereadores de Cuiabá realizariam a sessão para votar um projeto de suplementação orçamentária para a Câmara de R$ 6,7 milhões. O texto foi apresentado pelo Executivo e coincide com o valor liberado pelo prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB) no início de setembro, após a abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) ser barrada pelos vereadores.

A suplementação foi suspensa pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) por indícios que o dinheiro teria sido liberado como compensação pelo bloqueio da proposta de comissão parlamentar, que propunha investigar a participação de Pinheiro em esquema de recebimento de mensalinho durante o governo de Silval Barbosa (PMDB), entre 2010 e 2014.

Na reunião com vereadores, aberta à imprensa, o prefeito Emanuel Pinheiro negou que o envio do projeto de suplementação tenha relação com o bloqueio de CPI proposta no fim de agosto para apurar supostos pagamentos de propina a ele, à época que exercia mandato de deputado estadual, para apoiar a gestão do ex-governador Silval Barbosa.

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