Mato Grosso foi o segundo Estado com maior número em resgate de pessoas de situação análoga à escravidão desde 2016. Trinta e oito ações foram realizadas para retirar pessoas de lugares e condições de trabalho considerados degradantes ao longo do ano passado, e a maioria estava em atividades ligadas ao agronegócio.
Quadro é de levantamento feito pelo site G1 com base em dados do Ministério do Trabalho e Emprego referentes a 2016 e 2017. Os casos estão espalhados de Colniza, no extremo norte do Estado, a Barra do Garças na outra ponta do mapa. Ao todo, 41 trabalhadores foram resgatados.
Dezesseis trabalhavam na criação de bovinos para corte; oito no cultivo de soja; uma no cultivo de milho e na criação de bois para corte; e uma na criação de bois para corte e construção de cercas. Outros 12 trabalhadores estavam em áreas diversas. As cidades onde ocorreram resgates são Confresa (1), Nova Santa Helena (20), São José do Rio Claro (2), Cuiabá (4) e Poxoréo (5).
Trezentos e quinze relatórios foram analisados na montagem de quadro pelo G1 e 117 operações de resgates foram identificadas, com concentração de casos no Pará (64) e Minas Gerais (43), que lideram a lista de fiscalização.
Foram analisadas 33.475 páginas que contêm a descrição do local e da situação verificada in loco pelos grupos de fiscalização, bem como as infrações aplicadas, fotos, depoimentos dos trabalhadores e documentos diversos, como recibos e guias trabalhistas.
Restrição de liberdade
Conforme o levantamento do G1, de 1.122 trabalhadores libertados em condições análogas à de escravos nos últimos dois anos, 153 foram encontrados pelos fiscais em uma situação que os impedia de deixar seus trabalhos. O número representa 14% do total de resgatados.
Das 315 fiscalizações analisadas (de janeiro de 2016 a agosto de 2017), 117 acabaram com ao menos um trabalhador resgatado. Só em 22 delas, no entanto, foi constatado algum tipo de cerceamento de liberdade (como a retenção de documentos, a restrição de locomoção ou a servidão por dívida)./Com G1