A Polícia Judiciária Civil (PJC) prendeu três pessoas em flagrante nesta terça-feira (3), em Juína (720 km de Cuiabá), pelo assassinato de Ederlan de Oliveira Gomes. O rapaz, de 20 anos, foi torturado e executado com golpes de arma cortante a mando de um reeducando detido em uma penitenciária e que faz parte de uma facção criminosa. A vítima ainda foi jogada dentro de um rio.
Conforme a investigação, na semana passada Ederlan já tinha sofrido uma sessão de tortura por ordem da organização criminosa. Ele foi ouvido na delegacia, onde narrou as agressões.
Após a localização do corpo no Rio Juinão, na manhã de domingo, a equipe de investigação iniciou as diligências para identificar os responsáveis pelo homicídio e chegaram ao veículo usado por um dos criminosos, que é integrante de uma facção.
Ao ser abordado, ele tentou fugir e quebrou o aparelho celular. Indagado sobre a execução da vítima, chegou a contar vantagem que foi o autor do crime, inclusive, dando detalhes de como o jovem foi morto e apontando roupas e calçado que usou no dia do crime, que foram encontradas ainda com vestígios de sangue.
As informações apuradas apontaram que a vítima foi inicialmente torturada na residência de um casal, também ligado ao grupo criminoso, no bairro Módulo 05. Após torturarem a vítima, os suspeitos a colocaram no veículo do executor e jogaram o corpo de Ederlan da ponte do Rio Juinão.
Os policiais seguiram então ao endereço do casal, onde encontraram ambos. Na casa foram ainda apreendidas porções de entorpecentes. A mulher afirmou em interrogatório que três suspeitos levaram a vítima para a casa dela e, lá receberam a ordem para executar a vítima. A suspeita contou ainda que Ederlan foi brutalmente agredido, ficando com o rosto desfigurado.
Já o companheiro dela, apesar de todas as evidências reunidas pela equipe policial, negou que a vítima tenha sido morta em sua residência e negou participação no crime, mas assumiu a propriedade das drogas. Na casa também foram encontradas as roupas usadas pela vítima, ensaguentadas.
O adolescente envolvido na ação criminosa foi apreendido na casa dele. Acompanhado por uma conselheira tutelar, ele foi ouvido em interrogatório e confirmou ter participado da execução e ocultação do cadáver de Ederlan.
O quarto detido foi interrogado, mas ficou em silêncio.
O delegado Ronaldo Binotti Filho autuou os três adultos em flagrante pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Um deles ainda foi autuado por tráfico de drogas. Já o adolescente responderá a ato infracional análogo aos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.
O delegado representou pela conversão dos flagrantes em prisões preventivas e pela internação do menor de idade.