Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que Mato Grosso deve sofrer resultados negativos na produção de grãos na safra 2023/2024. De acordo com o relatório divulgado ontem (12), o estado – maior produtor do país – registrou retrações em área destinada ao plantio, produtividade e produção nas ordens de 2%, 13,9% e 15,6%, respectivamente.
Com os trabalhos de colheita da soja avançando, o plantio do milho segunda safra ocorre dentro da janela no estado. Ainda assim, a área destinada para a cultura deve cair 8,3%, estimada em 15,76 milhões de hectares. A expectativa é que apenas na segunda safra sejam colhidas cerca de 87,35 milhões de toneladas do grão. A colheita da primeira safra, quando são esperadas 23,41 milhões de toneladas, já atinge 32,9% da área cultivada. A produção total do cereal está estimada em 112,75 milhões de toneladas.
A produção brasileira de grãos na safra 2023/24 deverá atingir 295,6 milhões de toneladas. O volume representa uma queda de 7,6% no resultado obtido no ciclo anterior, ou seja, 24,2 milhões de toneladas a menos a serem colhidas. As informações estão no 6º Levantamento divulgado, nesta terça-feira (12), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A queda é reflexo, principalmente, da redução em torno de 7,1% na produtividade média esperada, que sai de 4.072 quilos por hectare para 3.784 kg/ha.
Desde o início da presente safra até meados de dezembro, as condições climáticas foram variáveis e desfavoráveis nas principais regiões produtoras. Essas instabilidades climáticas provocaram perdas significativas na produtividade das culturas, sobretudo na da soja, principal produto cultivado no período. A área cultivada também deve ser diminuída, mas em um percentual menor em torno de 0,5%, projetada em 78,1 milhões de hectares.
Com uma colheita que atingiu, no início de março, 47,9% da área semeada, a soja pode registrar uma produção de 146,9 milhões de toneladas, redução de 5% sobre a safra anterior. De acordo com o documento, a queda verificada se deve às baixas precipitações e às temperaturas acima do normal nas principais regiões produtoras. No entanto, em locais em que o grão foi semeado mais tardiamente as precipitações têm favorecido o desenvolvimento das lavouras.
Derivados da soja sofrem queda em MT no primeiro bimestre
O início de 2024 tem sido caracterizado por desvalorizações consecutivas nos derivados da soja, impulsionadas pela perspectiva global de aumento na oferta desses produtos e pela queda no preço do grão.
Em Rondonópolis, por exemplo, o farelo registrou uma desvalorização significativa, chegando a R$ 1.904 por tonelada em janeiro, antes de fechar em média a R$ 1.763 por tonelada em fevereiro, representando uma queda de 7,4%. Os preços do óleo também sofreram reduções em Mato Grosso, com quedas de 1,8% em janeiro e de 5% em fevereiro, alcançando R$ 4.031 por tonelada.
Os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revelam que, nos primeiros meses de 2024, o Brasil exportou um volume expressivo de farelo de soja, totalizando 3,6 milhões de toneladas.
Enquanto as exportações de farelo apresentaram um aumento de 33% em relação ao primeiro bimestre do ano passado, o cenário para o óleo de soja foi inverso, com embarques significativamente menores no mesmo período, totalizando apenas 112 mil toneladas, uma queda de 74%.
Para atender à demanda do B14, estima-se que o consumo interno de óleo de soja deva crescer 25% este ano, atingindo 8,4 milhões de toneladas.