A marcha serviu de alerta para a sociedade sobre as principais demandas de quem precisa se submeter ao tratamento do câncer de mama pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Nestes cinco anos de apoio a quem enfrenta o problema, constatamos a dificuldade de acesso e a precariedade dos mecanismos para o diagnóstico e tratamento da doença. Por isso, decidimos ir às ruas no nosso aniversário para mostrar o que falta e cobrar agilidade nestes procedimentos”, destaca a presidente da MTmamma, Jusci Ribeiro.
Em Mato Grosso, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 77% dos novos casos de câncer de mama estimados para 2014 devem ser registrados em Cuiabá. A estimativa é que 610 mulheres do estado deverão apresentar a doença e, deste total, 470 devem ocorrer na Capital. No país, a estimativa é de mais de 57 mil novos casos de câncer de mama em 2014. A 1ª Marcha Rosa leva às ruas cinco itens de reivindicação:
CUMPRIMENTO DA LEI DOS 60 DIAS – Em vigor deste maio de 2013, a Lei 12.732/12 obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a iniciar o tratamento contra o câncer em até 60 dias após o diagnóstico da doença. O primeiro tratamento no SUS será considerado efetivo mediante a realização de quimioterapia, radioterapia ou cirurgia, conforme a necessidade do paciente, atestada na prescrição do médico.
CUMPRIMENTO DA LEI DA RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA – A lei 9797/99 que dispõe sobre a obrigatoriedade da cirurgia plástica reparadora da mama pelo SUS nos casos de mutilação decorrentes de tratamento de câncer.
MANUTENÇÃO DO DIREITO À MAMOGRAFIA AOS 40 ANOS – Em novembro do ano passado, o Ministério da Saúde publicou a Portaria 1.253, que relacionada à realização de exames de mamografia bilateral de rastreamento às mulheres entre 40 e 49 anos.
Para a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), a medida, contraria outra Lei Federal de 2008, a 11.664, que determina ações de prevenção, detecção e o tratamento do câncer de mama e a garantia da mamografia a todas as mulheres a partir dos 40 anos. Isso porque, ao priorizar o procedimento para mulheres de 50 a 69 anos, o Ministério da Saúde dificulta ainda mais o acesso ao exame no setor público de saúde para as mulheres que estão na faixa etária abaixo desta idade.
MAIS MAMÓGRAFOS NO SUS – De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), no Brasil há 4.228 mamógrafos, e 2.226 são disponibilizados para o SUS. Em Mato Grosso 74 mamógrafos estão distribuídos nos municípios, sendo que 35 são para atendimentos via SUS, mas apenas 13,3% das mato-grossenses de 50 a 69 anos buscaram o exame, número considerado baixo.
MAIOR AGILIDADE NAS BIÓPSIAS PELO SUS – O exame é imprescindível para confirmação do diagnóstico de câncer de mama.
5º ANIVERSÁRIO – Criada oficialmente, em 3 de março de 2009, a MTmamma sobrevive com a contribuição de associados, doadores e da parceria com a sociedade civil para levar informação, carinho e assistência às pessoas em tratamento e pós-tratamento do câncer de mama, chamadas de assistidas. O trabalho é feito por voluntários, associados ou não à entidade. Atualmente, a MTmamma tem 105 assistidas e cerca de 142 voluntários.
Na sede da associação, no Jardim Petrópolis, em Cuiabá, a entidade promove bate-papos com oficinas temáticas, reuniões mensais do grupo de psicoterapia, oficinas de artesanato, confecção de chaveiros em forma de coração, customização de camisetas, sessões de reiki, ioga, massagens, body talk, terapia prânica, meditação e autoestima, hidroginástica, dança do ventre e ensaios do coral.
E, ainda, apoio jurídico sobre os direitos da pessoa com câncer realizado por profissionais da área. Desde 2010, a MTmamma tem dado maior visibilidade à causa com a realização, em Mato Grosso, da Campanha Outubro Rosa, um alerta sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama, medida que pode ampliar as chances de cura da doença. (Com Assessoria)