Mais de três mil mulheres foram presas em Mato Grosso, de janeiro a julho deste ano. Os motivos são tráfico de drogas, posse de entorpecentes, vias de fato, lesão corporal, furto comercial, roubos e mandado de prisão em aberto.
Os dados são Superintendência de Planejamento Operacional e Estatística da Polícia Militar (SPOE- PM) divulgados nesta quinta-feira (22). A maioria entrou no crime por aliciamento de seus companheiros. As idades delas vão de 13 a 59 anos.
A superintendência registrou a prisão de exatamente 3.020 mulheres no primeiro semestre, uma média de 503 ocorrências por mês ou de 16 por dia. Os casos já projetam aumento em comparação com 2017 e 2018.
De janeiro a dezembro de 2017, a Polícia Militar prendeu 5.754 mulheres; no ano seguinte, esse número caiu para 5.349 prisões.
Segundo o comandante da SPOE, Sebastião Carlos, o aumento deve-se a “possível protagonismo” das mulheres à frente de pontos de vendas de drogas (boca de fumo), no controle de distribuição do entorpecente, na participação em crimes de roubos a casas e furto a estabelecimentos comerciais.
“Identificamos que por não levantarem suspeitas, algumas dessas mulheres são cooptadas pelos companheiros a tomar conta das finanças do crime, assumem a função de distribuir entorpecentes para o tráfico e até utilizar os próprios filhos; em alguns casos ainda bebês para tentar escapar de abordagens e não despertar suspeitas. Nos casos de lesão corporal e via de fato, as mulheres são presas em algumas ocorrências por agredir o marido, namorado ou ex-companheiro”.
O levantamento realizado pela SPOE da PM destaca que durante os três anos analisados (2017, 2018 e 2019) as ocorrências de naturezas de vias de fato, tráfico de drogas e lesão corporal somam um total de 41% de conduções de mulheres por prática de crimes.