onze turistas que viajaram ao Brasil em 2018 contraíram febre amarela. As informações são do último boletim da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), braço da Organização Mundial da Saúde na América. Trata-se de um aumento em relação aos dados divulgados em fevereiro pela entidade, quando 2 contágios em turistas foram registrados.
Com base em seus países de origem, os turistas vieram da França (1), Holanda (1), Argentina (4), Chile (3), Romênia (1) e Suíça (1).
A maior parte dos contágios aconteceu em Ilha Grande, no Rio de Janeiro. Só na região foram 9. Os outros dois aconteceram em Mairiporã (SP) e em Brumadinho (MG).
Segundo a OPAS, todos os turistas não tinham sido vacinados. A Sociedade Internacional de Medicina de Viagem já havia divulgado detalhes de alguns casos em turistas brasileiros. A entidade mantém um boletim em que médicos reportam os casos que trataram; nesses relatos, há duas mortes (de um turista chileno e de um suíço).
O caso do suíço, por exemplo, foi reportado pela infectologista Patricia Schlagenhauf-Lawlor, professora e pesquisadora na Universidade de Zurique. Ela relata que o turista de 44 anos se recusou a tomar a vacina e esteve em Ilha Grande (RJ) em fevereiro. Ao voltar para Zurique, na Suíça, no dia 22 , o homem chegou em uma condição crítica e morreu na UTI no dia 28. O caso foi confirmado por teste molecular.
Já o caso do turista chileno foi relatado por Cecilia Perret Perez, infectologista na Pontificia Universidad Católica de Chile. Segundo o relato, o turista tinha 36 anos e esteve no Rio de Janeiro, onde morreu. O turista não tinha tomado o imunizante e tinha uma filosofia anti-vacina. Ele viajou para o Rio para o Reveillón e começou a apresentar sintomas no começo de fevereiro.
Sete países na América Latina têm casos
Entre janeiro de 2016 e março de 2018, sete países da América Latina confirmaram casos de febre amarela: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Guiana Francesa.
Segundo a entidade, o número de casos em humanos e animais na região é o maior em décadas. No Brasil, a entidade divulga 920 casos até o dia 18 de março, mas dados da quarta-feira (22) indicam que os afetados chegam a mais de mil. Dentre os brasileiros, a condição fez 340 vítimas.
O maior número de casos é, de fato, o brasileiro. A OPAS registra também um crescimento da circulação do vírus no Peru, com 22 casos foram relatados em 2018. O número é maior em relação ao mesmo período de 2017, quando cinco casos foram relatados.