Opinião

Flip: e os escritores indígenas?

O 9 de agosto é o Dia Internacional dos Povos Indígenas! Criado pela ONU, clama pelos direitos indígenas. Dados da organização apontam que “a população indígena no mundo está estimada em cerca de 370 milhões de pessoas, algo em torno de 5% da população mundial”, indicando um terço da população mais pobre do mundo. No Brasil, jogados para escanteio, especialmente quando a discussão é demarcação de terras, os povos indígenas acham-se em estado de vulnerabilidade incalculável.

Mas o povo Nambiquara me ensinou que a alegria deve ser cultivada cotidianamente, mesmo que os governantes deem as costas à Constituição Federal. Se o princípio Nambiquara é ser feliz, vamos comemorar o Dia Internacional dos Povos Indígenas com os resultado da 15ª Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, ocorrida entre os dias 26 e 30 de julho, ainda que com presença inexpressiva.

Destaco, na Mesa Aldeia, Álvaro Tukano, do Alto Rio Negro, Amazonas, e Ivanildes Kerexu Pereira, líder da aldeia Guarani Mbya Itaxi, juntos à quilombola Laura Maria dos Santos. O líder levantou problemáticas como discriminação e descaso para com a demarcação de terras: “alguns acham que o índio tem muita terra. Não tem. Quem tem é a União. Mas lá existe uma grande biodiversidade, e tem os povos indígenas que sobrevivem da floresta. Os índios não são invasores. Quem são invasores são eles, do agronegócio, eles é que estão destruindo tudo”.

Sonho com uma Flip que dê mais microfones aos autores indígenas: Eliane Potiguara, Lia Minápoty, Maria Alice Cupudunepá, Maria Kerexu, Sirley Djukurnã Krenak, Elias Yaguakãg, Pichuvy Cinta Larga, Kaká Werá Jecupé, Olívio Jekupé, Yaguarê Yamã, Luiz Karai, Ely Macuxi, Emerson Guarani, Thiago Hakiy, Wasiry Guará, Cristiano Wapichana, Daniel Munduruku e tantos, tantos outros. Como lembrou a escritora mineira Ana Maria Gonçalves, “que a gente comece a pensar a literatura indígena e negra como algo integrado à literatura brasileira”.

Redação

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