Foto: Ahmad Jarrah/CMT/Reprodução
O deputado Zeca Viana (PSD) e o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, trocaram sérias acusações na manhã desta sexta-feira (3) em entrevistas concedidas a Rádio Capital FM.
Ex-aliado e agora um dos principais críticos do Governo do Estado, Viana afirmou categoricamente que a gestão de Pedro Taques (PSDB) é corrupta, tendo irregularidades nas secretarias estaduais em especial na Casa Civil, comandada por Paulo Taques.
“Politicamente, quando ele [Pedro Taques] faz as ações boas para o Estado, sou o primeiro a aprovar. No entanto, não admito jogar a sujeira para debaixo do tapete. Disso, ele sabe muito antes de virar governador”, declarou.
“O Governo dele não é mais limpo. É corrupto, podre, bichado. Está dentro da Casa Civil e em outras secretarias”, completou.
Viana, no entanto, não especificou quais seriam os casos e possíveis gestores estaduais que cometeram ou ainda estão cometendo infrações no Governo.
“Tenho sete representações contra esse Governo, no entanto, estão paradas no Ministério Público Estadual (MPE)”, disse.
Diante as polêmicas declarações, Paulo Taques afirmou que irá buscar a Justiça para obrigar o parlamentar a confirmar as suspeitas levantadas contra o Governo.
“Durante esses dois anos de Governo, por várias vezes, o deputado ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa para dizer que o nosso Governo é corrupto e tem corrupção em várias secretarias. Mas, nunca apontou concretamente onde isso existe para que pudéssemos investigar”, declarou.
“Vou tomar a inciativa de interpelá-lo judicialmente, para que ele tenha a coragem de apontar, sem titubeio, onde existe corrupção na Casa Civil e nas secretarias do Estado de Mato Grosso. Ele terá que apontar quais são as secretarias, quais são os atos de corrupção, quais são os agentes públicos que estão fazendo a corrupção. Vou interpela-lo, para que ele prove isso ou arque com o ônus dessa acusação gravíssima”, afirmou.
Paulo declarou que as acusações de Viana são covardes, pois o parlamentar usa de sua imunidade para fazer declarações levianas.
“Vamos rebater dessa forma todas as acusações levianas que forem feitas aos nossos secretários. Não é possível que um deputado possa dizer, de maneira genérica, que existe corrupção nas secretarias e não ter a coragem de apontar onde está”, disse.
“Que nessa interpelação judicial ele diga objetivamente isso ou pare de fazer acusações levianas, covardes. Fica se ancorando em sua imunidade parlamentar, mas não prova nada. Fica lameando e atacando a honra de várias pessoas que estão no Governo trabalhando”, completou.
O chefe da Casa Civil também afirmou que as críticas do deputado tiveram início quando o Governo do Estado se recusou a enquadrar empresas de seu irmão no programa incentivo fiscal de Mato Grosso.
“No inicio do Governo ele procurou a mim e ao governador para falar de incentivos fiscais para as empresas do irmão dele. Na época não foi possível, pois não havia legalidade para conceder esses benefícios. Daí para frente ele nunca mais falou conosco. O motivo só ele pode dizer”, declarou.
Contratação de pistoleiro
Durante a entrevista, Viana ainda criticou o posicionamento do governador Pedro Taques em relação a uma suposta ameaça de morte contra o secretário Paulo Taques e sua esposa.
Em 2015, um e-mail enviado a computadores do Palácio Paiaguás relatava que Viana teria contratado um “pistoleiro” em Chapada dos Guimarães, para que matasse o casal.
Diante da acusação, o Governo determinou que o caso fosse investigado pela Polícia Civil. Um inquérito também foi aberto no MPE. No entanto, por falta de provas, todas as investigações foram arquivadas.
“Montaram uma falcatrua de um e-mail falso dizendo que eu tinha contratado pistoleiro para matar o chefe da Casa Civil e sua esposa. Eles estavam criando historias. Pedro Taques é conhecedor da minha honestidade e deveria ter me chamado. Mas, abriu inquérito. A Polícia arquivou a investigação. O Tribunal de Justiça mandou arquivar a investigação no MPE”, declarou Viana.
“Você acha que o MPE ou a Polícia não sabem a origem desse e-mail? Investigaram minha vida de cabo a rabo, mas não encontraram nada. Quem passou por ruim foi eu, pois o Pedro Taques encobriu. Esse é o meu sentimento em relação a ele”, disse o parlamentar, questionando as investigações.
Por sua vez, Paulo Taques garantiu que deixou claro à Polícia Civil que não acreditava na acusação feita por e-mail.
“Ele [Zeca Viana] deveria ter mais amor a verdade. No meu depoimento a polícia eu disse: ‘não acredito que o deputado Zeca Viana tenha feito isso. Não acredito que o deputado Zeca Viana possa atentar contra quem quer que seja, mas acredito que estão fazendo alguma coisa para incrimina-lo’. Por isso nós pedimos a abertura de uma investigação. Esse procedimento foi arquivado pela Polícia e pelo Tribunal de Justiça”, declarou.
“Não sei se a Polícia encontrou o IP, pois não acompanhei a investigação. Quando isso ocorreu, nós poderíamos pegar esse e-mail, dar publicidade e atingir o deputado em sua honra. Nós fizemos o que ele não faz conosco: respeitar a integridade da pessoa e não fazer acusação leviana”, pontuou.