A Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) informou que ainda não foi notificada sobre o caso, mas que tem ciência dessa visita. "Essa cela já havia sido interditada pelo Judiciário anteriormente, foram feitas as adequações necessárias e depois desinterditou", disse o superintendente de Gestão de Cadeias da pasta, Altair Vicente Camilo Júnior.
"Vamos investigar quem são os responsáveis e iremos aguardar o laudo pericial para verificar quem eram os agentes que estavam de plantão naquele dia", afirmou o delegado. Ele contou que, em depoimento, dois detentos confirmaram que foram colocados na cela de isolamento porque haviam sido flagrados com celular dentro da unidade. A medida de isolamento é legal, como reforçou Damasceno.
No momento que o delegado e a defensora pública chegaram ao local os detentos estavam nus, no entanto, conforme Damasceno, foi determinado que vestissem as roupas que estavam na cela. A situação também deverá ser apurada.
A defensora pública Jacqueline Gevizier Nunes Rodrigues, que também fez vistoria no local, afirmou ao G1 que há duas semanas havia recebido um telefonema do pai de um dos presos que é de Rio Branco, a 367 quilômetros de Cuiabá, dizendo que o filho tinha sido transferido para a cadeia de Campo Novo do Parecis e que estaria sendo agredido na unidade. Por isso, ela soliciou apoio do delegado para ir até a cadeia, onde foi constatado que o rapaz e outro reeducando estavam com lesões pelo corpo.
"Os rapazes estavam com a pele bastante irritada e uma cela escura, com dois colchoes, sendo que estavam em quatro. O isolamento em si é legal, mas o problema são as condições em que estavam lá e o tratamento que estavam recebendo", enfatizou a defensora. Por conta da falta de iluminação, ela pediu à Justiça que a cela de isolamento seja interditada até que a situação seja esclarecida. "Solicitei ainda a apuração acerca da eventual falta dos agentes", frisou.
Pollyana Araújo
Do G1 MT