Presidente do Conselho de Saúde Local da tribo Gomes Carneiro, em Santo Antônio do Leverger, na região metropolitana de Cuiabá, Oto Bororo, da etnia Bororo, fala que a inexistência de uma estrutura adequada de saúde para atender as crianças prejudica o desenvolvimento da tribo.
“Não possuímos acompanhamento adequado, nem preventivo e nem emergencial”, lamenta ele.
A terra indígena Parabubure, do povo Xavante (562 km de Cuiabá) registrou, em 2010, duzentos nascimentos de crianças. Deste total, sessenta morreram. Dados do Conselho Missionário Indígenista (Cimi) ilustram a dura realidade dos índios em Mato Grosso: das 126 crianças indígenas até 5 anos que morream, no anos de 2011, oitenta e nove eram de Mato Grosso.
De acordo com a bacharel em direito Sônia Zoaz Okamaero, da etnia Pareci, de Sapezal (478 km da Capital), afirma que, desde a criação da Secretaria Especial de Saúde Indigenísta (SESAI) do governo federal, que rompeu com as ongs que tinham parceria com a Fundação Nacional da Saúde (Funasa), os índios deixaram de ser atendidos em suas tribos, disputando vagas com a população nas unidades do SUS.
“Falta um plano estratégico, que esbarra na burocracia. Possuimos ações no Ministério Público Federal, denunciando a falta de medicamentos. Além disso, não há políticas públicas de saúde específicas para as crianças da tribo. Faltam médicos e atendimento”, afirma ela.
Reunidos na sede do Distrito Sanitário Especial Indígena da capital (DSEI-Cuiabá), índios de várias etnias acompanharam na manhã desta sexta-feira a entrega de veículos que serão utilizados no atendimento de pacientes indígenas, transporte de equipes de assistência para tribos e aldeias e outras demandas eventuais desta população. Ao todo foram entregues vinte e oito caminhonetes Amarock, que atenderão dezesseis municípios, incluindo Cuiabá. Programado para começar as 10h:30 da manhã, a entrega, contudo, foi adiada para a partie das 13h:30.
Por Diego Frederici – Da redação
Fotos: Diego Frederici