O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai reforçar em Londres a mensagem de que um cenário benigno para a trajetória da inflação tende a viabilizar cortes adicionais na taxa de juros, mas ressaltou que a credibilidade da autarquia tem sido construída com base em uma condução cautelosa da política monetária.
“A consolidação do cenário benigno para inflação prospectiva deve permitir ajuste adicional no nível de estímulo”, afirma Campos Neto ao tratar da política monetária em apresentação, divulgada por sua assessoria nesta segunda-feira, para dois seminários que ele fará na terça-feira em eventos em Londres.
O Comitê de Política Monetária (Copom) vai se reunir nos dias 17 e 18 de setembro para deliberar sobre a taxa de juros, que está atualmente em 6% ao ano, menor patamar histórico.
Na ata da reunião anterior, o comitê já havia indicado que via espaço para afrouxamento monetário adicional, em meio à fraqueza econômica, inflação bem comportada e avanço da reforma da Previdência.
Em sua apresentação, Campos Neto reitera que os próximos passos da política monetária dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, das projeções e expectativas inflacionárias.
O presidente do BC também destaca que o processo de reformas e ajustes da economia brasileira tem progredido, e que a continuidade desse processo é essencial para a redução da taxa de juros estrutural e da recuperação sustentável da economia.
Nas conclusões da apresentação, Campos Neto afirma que uma questão importante tem sido a credibilidade do Banco Central, “construída em uma condução cautelosa da política monetária”.
“Um aumento adicional na credibilidade do Banco Central virá da aprovação do projeto de autonomia do BC.”
Campos Neto participará na terça, em Londres, da “8th Annual Latin America Conference: European Forum” e de um almoço com investidores promovido pelo European Economics and Financial Centre.