No discurso, Ban Ki-moon apresentou relatório sobre migração internacional e desenvolvimento que traz oito recomendações para que a migração beneficie a todos. A lista inclui a proteção dos direitos humanos dos migrantes e defende a redução do custo da migração, além da mudança da percepção social sobre essas pessoas, pois “muitos enfrentam discriminação diária”.
O relatório também enfatiza a necessidade de encontrar maneiras para integrar a migração na agenda de desenvolvimento, melhorar o recolhimento de dados sobre os migrantes e o impacto que eles têm no desenvolvimento, além de reforçar as parcerias para que governos, setor privado e sociedade civil possam compartilhar conhecimento sobre o tema.
Ban ki-moon observou que, devido à situação dos países com a recente crise econômica global, é essencial que as nações trabalhem juntas e com coragem, reconhecendo que as “ações terão um impacto sobre a vida de milhões de mulheres, homens e crianças em todo o mundo”.
O representante do Brasil, secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão Pires, disse que, no país, há desafios no campo normativo, visando à atualização da legislação, e na ampliação da participação, não apenas da sociedade civil, mas dos próprios migrantes, na definição das políticas migratórias.
Segundo ele, o objetivo do diálogo de alto nível é “fundamentalmente discutir as relações entre a migração e o desenvolvimento e demonstrar como é preciso superar, nesse instante, um conjunto de noções negativas que ainda imperam em torno do papel que as migrações cumprem nas nossas sociedades”.
O número global de migrantes passou de 175 milhões, em 2000, para 232 milhões este ano, de acordo com a ONU. Segundo cálculos do Banco Mundial, eles vão mandar US$ 550 bilhões, mais de R$ 1,2 trilhão, para os países de origem em 2013. Os envios feitos apenas pelas nações em desenvolvimento chegam a US$ 414 bilhões, sendo que a China e a Índia correspondem a mais de 30% desse total.
Com informações da ONU Brasil e da Rádio ONU
Agência Brasil